Política de Desenvolvimento Produtivo-PDP (parte 2)

publicado em 26.05.2008

 

Indicamos na semana passada que o Governo Federal lançou a “Política de Desenvolvimento Produtivo- PDP”, cujo conjunto de slides (com 235 slides) tenta expressar o principal motivo de sua existência que veio incorporado ao seu sub-título: “Inovar e Investir para Sustentar o Crescimento”.


Antes de expressarmos comentários sobre esta segunda política industrial do Governo Federal, seria oportuno recuperar aspectos da primeira política, a Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior- PITCE. A PITCE tinha como eixo principal 1) a modernização industrial e, 2) a inovação e o desenvolvimento tecnológico  focando  no  crescimento  econômico  e  no aumento da eficiência e da

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Serviços: oportunidade batendo à porta!

publicada em 02.06.2008

... Para demonstrar como esta ênfase do presente Governo Federal pouco converge com o que vem ocorrendo no mundo desenvolvido, procuraremos a partir de hoje apontar algumas evidências que sugerem uma maior atenção ao setor de serviços tanto para a produção interna como para novas oportunidades de...

 

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Política de Desenvolvimento Produtivo-PDP

publicada em 18.05.2008

A novidade da semana que passou foi o lançamento pelo Governo Federal da "Política de Desenvolvimento Produtivo- PDP". No item inicial, "Oportunidade para uma Política de Desenvolvimento Produtivo", é feito um diagnóstico que recupera a PITCE- Política Industrial, Tecnológica e de Comércio Exterior, que foi lançada em março de 2004, apontando que ela marca...

 

competitividade de nossa economia. Para tanto foram eleitos como opções estratégicas quatro setores: semicondutores, software, bens de capital, fármacos e medicamentos. Além disto, foram eleitos outros três setores como portadores de futuro, a saber: biotecnologia, nanotecnologia, e biomassa.

 

E qual foi o resultado da PITCE?  Muito pouco se sabe do que aconteceu com esta política.  Apesar de ter sido apresentada como “uma retomada de políticas para o desenvolvimento competitivo da indústria brasileira”, na realidade os resultados foram tímidos, como reconhecido até pelo próprio surgimento de uma nova política!

 

E o que dizer sobre a PDP, que é uma segunda política industrial do atual Governo Federal?  Assim como a primeira, esta segunda política industrial tenta, corretamente, estabelecer metas e procura fomentar o investimento, porém sob premissas que estão sujeitas a um escrutínio.  Ambas as políticas padecem de um mesmo “pecado”: concentram suas atenções praticamente para a indústria!  Mas qual seria o problema em relação a isto? Ou seja, qual seria o problema da política estar voltada para a indústria? 

 

A resposta é simples: o setor industrial do país não mais agrega valor à economia como agregava anteriormente, nem emprega mais pessoas como empregava no passado. Em termos de importância econômica, o setor que mais contribui para o PIB brasileiro, e o que mais emprega, é o setor de Serviços.

 

Segundo documento do Banco Central (Geração de Postos de Trabalho por Atividade Econômica, de 31 de julho de 2007), a publicação da nova série das Contas Nacionais por parte do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) evidenciou mudanças significativas na estrutura produtiva brasileira. Os dados atuais estimam um valor do PIB cerca de 10% superior ao anterior, com alterações relevantes na participação dos setores e dos componentes da demanda. O setor de serviços aparece com importância mais expressiva, o mesmo acontecendo com a estimativa de consumo das famílias. Essa nova estrutura da economia traz implicações sobre as inter-relações das variáveis macroeconômicas, em especial sobre a alocação da mão-de-obra. Na atual estrutura, a geração de novos postos de trabalho depende fundamentalmente do setor de serviços, que se mostrou muito mais produtivo (relação valor adicionado por trabalhador) e dinâmico com a nova série.

 

As principais mudanças relativas à participação dos setores no valor adicionado da economia podem ser observadas no gráfico abaixo, para o ano de 2004. Houve aumento da participação dos serviços em detrimento dos setores industrial e agropecuário. Essa nova estrutura mostra que o setor de serviços passou a ter participação de 63% no valor adicionado (10 p.p. acima da estimativa na série anterior), sendo seu comportamento, portanto, decisivo para o desempenho da economia nos próximos anos.

 

 

 

O setor de serviços não apenas é o maior da economia, mas inclui também atividades que são geralmente intensivas no fator trabalho. Ainda com base nos dados das contas nacionais, o setor de serviços e a atividade de comércio, entre 1997 e 2004, registraram crescimento da ocupação em ritmo superior ao setor industrial em todos os anos, com exceção de 2004. No caso do crescimento do valor adicionado, o setor industrial superou o crescimento dos serviços em quatro oportunidades (1997, 2000, 2003 e 2004). Observa-se que o setor de serviços e o comércio foram capazes de gerar novos postos de trabalho em todos os anos, ao contrário da indústria, que registrou dois anos de queda na ocupação.

 

 

Ou seja, se o setor de serviços é tão importante para a economia, por que o Governo Federal não anuncia uma Política Nacional de Serviços? Ou pelo menos, por que ele não anunciou na PDP algo concreto e mais substantivo de fomento aos serviços associado às suas políticas industriais?  É bem verdade que há uma menção ao Complexo dos Serviços na PDP, mas tal registro é marginal no âmbito da PDP!

 

Mas o mais grave não é a ausência de políticas para o setor de serviços.  Mais grave é ausência de um sistema formativo/educacional compatível com a dimensão e importância que vem adquirindo o setor de serviços no mundo todo, bem como aqui no Brasil. 

 

Se ao longo de todo o processo de industrialização do país foi possível criar um robusto Sistema S, de entidades voltadas à formação de jovens para trabalharem na nossa indústria, tais como o SENAI, SENAC, SENAR, SENAT e SECOOP, e de apoio ao empreendedor, (como o SEBRAE), e de serviços sociais (como o SESC, SESI, e SEST), por que ainda não fomos capazes de criar um sistema semelhante para responder aos desafios do desenvolvimento do setor que mais contribui para a nossa economia, como é o setor de serviços

 

Se sua empresa, organização, ou instituição deseja saber como esta PDP impacta na sua atividade, fique a vontade para nos contatar!

 

 

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