Como avaliar uma empresa de software e seus produtos e serviços (III)

publicado em 09.03.2009

 

Nas duas últimas letterícias, começamos uma discussão sobre avaliação de empresas (e, particularmente, empresas de software), vimos como o bem software é identificado na sua cadeia de produção, bem como alguns detalhes sobre a estrutura de oferta do mercado de software.  Hoje vamos tratar um pouco sobre o lado da demanda de software.

 

Partindo-se para a análise econômica do lado da demanda, o desenho de um software deve atentar para os custos do seu uso pelo consumidor.  Primeiramente, é necessário  entender  que  o  consumidor  deve  aprender como usar um software, ou

Próxima edição:

 

Como avaliar uma empresa de software e seus produtos e serviços (IV)

publicada em 16.03.2009

Os mercados que incluem bens e serviços tais como telefones, e-mail, Internet, hardware de computadores, software de computadores (e de celulares, palms, PDAs-personal digital assistants, Ipods), tocadores de música, vídeo players (como...

 

Edição anterior:

 

Como avaliar uma empresa de software e seus produtos e serviços (II)

publicada em 04.03.2009

Na letterícia passada, iniciamos uma discussão sobre avaliação de empresas, e, particularmente, empresas de software.  Vimos que apesar de existirem três abordagens de avaliação de empresas (a avaliação pelo fluxo de caixa descontado, a avaliação relativa, e a avaliação por direitos contingentes), estas abordagens pouco levam em...

 

sistema de informação, em particular.  Mesmo que ele seja usado ocasionalmente, o consumidor  tem  que  receber  treinamento,  ler  documentos  (manuais), praticar um pouco, e investir tempo e energia nos princípios básicos de como usar o software.  Este é o custo do aprendizado do software, que é um custo fixo para o usuário, e é mais ou menos independente da quantidade de uso do software.

 

Outro custo é o custo variável de operar um software.  Este tipo de custo é incorrido toda vez que o consumidor usa o software.  O mais óbvio destes custos são os custos de tempo, tais como a demora para carregar ou salvar um arquivo.  Se se toma cerca de dez segundos para iniciar um pacote a cada vez que o consumidor o usa, são dez segundos perdidos de tempo cada vez que o software é usado.

 

Pessoas que usam um software particular todos os dias, incorrem uma grande quantidade destes custos variáveis, enquanto pessoas que usam este software raramente incorrem poucos custos variáveis.  No entanto, todo mundo incorre, grosseiramente, o mesmo custo fixo de aprendizado do programa.

 

Deste modo, é possível se argumentar que, do lado da demanda, o desenho do software implica em reconhecer o grau de complexidade (ou simplicidade/facilidade) de aprendizado e operação do software.  Software que é fácil de aprender tem muitos “menus” e “help screens” (janelas de ajuda).  Eles fornecem “user prompts” (ambientes rápidos) e mensagens de erros, e a documentação é fácil de ler.  Software que é fácil de operar geralmente tem poucos menus, que são substituídos por comandos chave.

 

Outro aspecto relacionado com a temática da “facilidade de uso” é o desempenho: quão rápido o software faz o trabalho que é suposto fazer? Quando se modela a escolha do consumidor por software, a análise econômica passa a se interessar pelo desempenho líquido do software: a diferença entre os benefícios derivados da tarefa que o software faz e os custos de fazer o software desempenhar aquela tarefa.

 

Estes dois aspectos da “facilidade de uso” como sendo “facilidade de operação” versus “facilidade de aprendizado” não são mutuamente exclusivos.  Um software bem projetado pode satisfazer ambos objetivos.  No entanto, o projetista de software ainda tem que decidir quanto esforço tem que colocar em melhorar cada aspecto da interface com o usuário.  Se o software é suposto ser entregue em uma semana, será que esta semana é mais aproveitada melhorando a velocidade de alguns cálculos ou sintonizando a estrutura do menu? A resposta pode depender em como as melhorias nestas duas dimensões podem afetar os lucros da empresa projetista, que é aonde a análise econômica vem em socorro.

 

Em resumo, nos termos desta breve discussão, o custo de aprendizado de um software é um custo fixo, enquanto o custo de seu uso é um custo variável.  O fornecedor do software gostaria de minimizar ambos os tipos de custo ao consumidor, de modo a tornar o software mais atrativo aos consumidores, porém esta é uma tarefa dispendiosa.

 

O que interessa para uma análise econômica de valoração de um software é se o mercado oferece os incentivos corretos para o projetista do software.  Ou seja, o projetista (seja individual ou empresa) investirá a quantidade correta de recursos para minimizar cada tipo de custo associado ao consumidor?

 

Na próxima semana vamos tratar de um aspecto importante na avaliação da demanda de software: a demanda dos bens em rede!

 

Se sua empresa, organização ou instituição, deseja saber mais sobre avaliação de software, sinta-se a vontade para nos contatar!

 

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