Como avaliar uma empresa de software e seus produtos e serviços (VI)

publicado em 30.03.2009

 

Nas cinco primeiras letterícias desta série, vimos como o bem software é identificado na sua cadeia de produção, e alguns detalhes sobre a estrutura de oferta do mercado de software. Vimos também uma abordagem sobre o lado da demanda de software, contemplando também os denominados bens em rede, e, finalmente, iniciamos a apresentação efetiva de um modelo de valoração de empresa de software a partir da valoração de software baseado na “disposição a pagar dos consumidores.

 

No  modelo  que  começamos  a  tratar,  o  software  tem  seu valor total definido pela “disposição a pagar dos consumidores, valor acima do seu valor básico, refletindo a percepção dos consumidores quanto ao valor adicionado pela empresa ao produto.  Este valor adicionado, por sua vez, é definido, como visto, essencialmente por dois atributos do desenho de um software: a sua complexidade e sua qualidade.

 

Próxima edição:

 

Como avaliar uma empresa de software e seus produtos e serviços (VII)

publicada em 07.04.2009

Esta é sétima letterícia de uma série em que percorremos: a) como o bem software é identificado na sua cadeia de produção, e alguns detalhes sobre a estrutura de oferta do mercado de software; b) uma abordagem sobre o lado da demanda de software, contemplando também os denominados bens em rede; c) a apresentação de um modelo de valoração de empresa de software a partir da valoração de...

 

Edição anterior:

 

Como avaliar uma empresa de software e seus produtos e serviços (V)

publicada em 24.03.2009

Hoje, daremos um "ponta-pé" inicial na definição de um "modelo de valoração de empresa de software" a partir de um "modelo de valoração de software". Este modelo de valoração de software é baseado na "disposição a pagar dos consumidores" como sendo o definidor do valor final do produto, acima do seu valor básico, e que reflete a percepção dos consumidores quanto ao valor adicionado pela empresa ao produto...

 

De forma simplificada, podemos traduzir o cálculo econômico do valor total do software a partir das seguintes equações:

 

Vt =  vb + va       (1)

va   =    vc  + v q  +    v s   (2)

 

onde:

 

Vt  =    valor total do software

vb   =   valor básico do desenvolvimento do software

va   =   valor adicionado ao(s) usuário(s) do software

vc   =   valor associado à complexidade do software

vq   =   valor associado à qualidade do software

vs   =   valor associado ao suporte técnico dado ao(s) usuário(s)

 

Vamos comentar cada uma destas variáveis das duas equações acima. Iniciamos pela variável vb, representativa do valor básico do desenvolvimento do software.  De forma geral, o valor do desenvolvimento de um software está associado ao seu tamanho.  Há diversas razões para se medir o tamanho de um software.  Ele pode ser um importante componente da produtividade computacional, um custo ou estimativa de esforço, ou uma análise de qualidade.  Uma boa medida do tamanho de um software pode levar a um melhor entendimento do valor que é entregue por uma aplicação de software.  A questão é que não há grande concordância entre os profissionais da computação sobre quais seriam as unidades corretas para medir o tamanho de um software, ou a medida certa para medir entre unidades selecionadas.

 

Historicamente, à medida que o desenvolvimento do software se moveu do laboratório para o mundo real, rapidamente se tornou óbvio que a habilidade em medir produtividade e qualidade seria útil e necessária.  Uma medida que foi estabelecida foi a das linhas de código (em inglês LOC- lines of code measure), incluindo as linhas de código-fonte (em inglês SLOC- source lines of code), representando o número de instruções de máquina desenvolvidas.  Foi a primeira medida aplicada ao software, com seu primeiro uso documentado por R. W. Wolverton, em sua tentativa de medir formalmente a produtividade do desenvolvimento de um software (1).

 

Como apontado recentemente por Arlene F. Minkiewiscz (2), nos anos 1970s a medida das LOC parecia ser um artefato bem razoável.  Linguagens de programação eram simples e as LOC eram a única medida então.  No final dos anos 1970s, a empresa americana RCA introduziu a primeira ferramenta de estimativa do custo de software comercialmente disponível [que ficou conhecida como o PRICE-S (Programming Review of Information Costing and Evaluation-Software) model], que usava as SLOC convertidas em instruções de máquina como a medida do tamanho para itens de software.

 

Nos anos 1980s, o Prof. Barry Boehm introduziu The COnstructive COst MOdel (COCOMO), usando também SLOC como a medida de tamanho de escolha.  Ainda em 1979, Allan J. Albrecht introduziu a técnica dos Pontos de Função (Function Point Analysis- FPA), que é usada para quantificar a quantidade de funcionalidades que um sistema de informação fornece aos seus usuários.  Outras medidas foram introduzidas ao longo dos anos como resposta aos ganhos de popularidade da programação orientada a objeto (OO- object oriented).  Uma destas foi a de Pontos de Casos de Uso (Use Case Points), que foi introduzida por Ivar Jacobson em meados dos nãos 1980s, e em 1993 por Gustav Karner.  Esta técnica oferece uma linguagem para descrever os requisitos de um sistema de software de uma maneira que facilita a comunicação entre desenvolvedores e eventuais usuários do sistema.

 

Nos últimos 25 anos a indústria do software vem lutando para encontrar a melhor maneira de avaliar a produtividade e qualidade do desenvolvimento de projetos de software (a emergência de práticas da metodologia ágil adiciona novas dimensões ao processo).  Nos dias de hoje termos como service-oriented achitecture (SOA), cloud computing, e algumas outras configurações que separam a implementação das regras de negócios da implementação da logística necessária para oferecer estas regras de negócios (ou seja, configurações que separam a funcionalidade da TI da funcionalidade dos negócios), trazem mais novidades à busca da definição do que é na realidade o valor básico do desenvolvimento de um software.

 

Se sua empresa, organização ou instituição, deseja saber mais sobre avaliação de software, sinta-se a vontade para nos contatar!

 

------------------------------------------------

(1)    Wolverton, R. W. “The Cost of Developing Large-Scale Software”. IEEE Transactions on Computers, Vol. C-23, No. 6: 615-636, June 1974.

(2)    Minkiewiscz, Arlene F. “The Evolution of Software Size: A Search for Value.  The Journal of Defense Software Engineering, Crosstalk, Mar/Apr 2009.

 

 

CREATIVANTE - www.creativante.com.br
Rua Pandiá Calógeras, 250/1601, Prado, CEP 50720-160
Recife/PE-Brasil
Fone/Fax: 55-81-34455241

E-mail: creativante@creativante.com.br

 

 

Copyright©2007-2008 Creativante

Todos os direitos reservados.