Como avaliar uma empresa de software e seus produtos e serviços (Final)

publicado em 13.04.2009

 

Ao longo desta série (que se encerra nesta letterícia) tratamos dos seguintes temas: a) como o bem software é identificado na sua cadeia de produção, e alguns detalhes sobre a estrutura de oferta do mercado de software; b) uma abordagem sobre o lado da demanda de software, contemplando também os denominados bens em rede; c) a apresentação de um modelo de valoração de empresa de software a partir da valoração de software baseado na “disposição a pagar dos consumidores; d) apresentamos duas equações (1) e (2) para o cálculo econômico do valor total de um software (Vt), especificando inicialmente o valor básico (vb) do desenvolvimento do software; e, e) sobre como aferir a disposição a pagar dos consumidores, culminando com a abordagem da precificação diferencial.

 

Uma síntese que se pode fazer desta série é a seguinte.  Uma empresa de software é  uma  empresa  que  produz  um  produto  (software,  e  seus serviços correlatos) de

Próxima edição:

 

Redes de Propaganda

publicada em 20.04.2009

Não é mais surpresa para ninguém afirmar que as novas plataformas digitais (desde a Web até os celulares) estão modificando profundamente a forma como aprendemos, como trabalhamos, e como entretemos.  O que é menos senso comum é a maneira como essas plataformas estão transformando indústrias tradicionais, como a mídia, e, de modo particular, a indústria da propaganda...

 

Edição anterior:

 

Como avaliar uma empresa de software e seus produtos e serviços (VII)

publicada em 07.04.2009

Esta é sétima letterícia de uma série em que percorremos: a) como o bem software é identificado na sua cadeia de produção, e alguns detalhes sobre a estrutura de oferta do mercado de software; b) uma abordagem sobre o lado da demanda de software, contemplando também os denominados bens em rede; c) a apresentação de um modelo de valoração de empresa de software a partir da valoração de...

 

elevada complexidade. As abordagens tradicionais de avaliação deste bem têm se pautado em métodos baseados nos seus custos de produção.  Vimos que em função do fato de que bens de informação (como software) têm grandes custos fixos de produção, mas têm pequenos custos variáveis de reprodução, logo, a valoração/precificação baseada em custo não faz muito sentido neste contexto; ou seja, a valoração/precificação baseada em valor é mais apropriada.  Como diferentes consumidores podem ter valores radicalmente diferentes para um determinado bem de informação, logo as técnicas de precificação diferencial se tornam mais importantes (quando se opta, em termos analíticos, em não adotar custosas metodologias para inferir o que determina o desejo de pagar dos consumidores). 

 

No entanto, apesar destas constatações, que são centrais nas avaliações de software e de empresas de software, o mais inquietante é que software é um ativo intangível que não tem merecido a devida atenção de economistas, contadores, administradores (bem como executivos e acionistas), principalmente quando se compara a outros ativos intangíveis, tais como direitos específicos (como por exemplo, contratos de aluguéis, acordos de distribuição, franquias, etc.) e relacionamentos (relacionamentos com consumidores, times de empregados, etc.), até propriedade intelectual (tais como marcas, copyrights, patents, etc.).   Ou seja, os ativos centrais de software de uma empresa, organização ou instituição não têm sido considerados como seus principais ativos (core assets).

 

Nas economias modernas de hoje o conhecimento profundo sobre os produtos, serviços e processos das empresas, organizações e instituições estão incorporados nos software core assets.  Os software core assets, como bem lembrado pelo Prof. Soumitra Dutta (3), capturam como a empresa conduz a maior parte de suas operações e interage com seus consumidores e fornecedores.  Enquanto as empresas têm focalizado na criação de valor a partir de ativos intangíveis tais como patentes e marcas, elas têm, na sua maior parte, gerenciado seus software core assets não como um ativo para criação de valor, mas um item de despesa a ser minimizado.  Uma razão apontada pelo Prof. Dutta é que a maioria dos executivos não sabe quanto de software existe em suas organizações.  Em sua pesquisa junto a 250 CIOs e CFOs da Europa, o Prof. Dutta observou que cerca de 60% destes executivos não sabem o tamanho dos seus software core assets.

 

Neste sentido, e como resumo, pode-se dizer que as avaliações de software, e as avaliações de empresas de software (ambas complexas e especializadas), ganharão mais sentido e importância econômica à medida que os ativos de software sejam efetivamente considerados como ativos para a criação de valor nestas empresas (produtoras de software) e naquelas que são usuárias de software.

 

Se sua empresa, organização ou instituição, deseja saber mais sobre avaliação de software, sinta-se a vontade para nos contatar!

 

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(1) Vt =  vb + va      

(2) va   =    vc  + v q  +    v s   onde:

 

      Vt  =    valor total do software

      vb   =   valor básico do desenvolvimento do software

      va   =   valor adicionado ao(s) usuário(s) do software

      vc   =   valor associado à complexidade do software

      vq   =   valor associado à qualidade do software

      vs   =   valor associado ao suporte técnico dado ao(s) usuário(s)

 

(3) Dutta, Soumitra (2007). “Recognising the True Value of Software Assets”.  INSEAD. November.

 

 

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