Crise financeira ofuscou enormes contribuições das TICs para a Economia (Parte 2)

publicado em 04.05.2009

 

Na letterícia passada apontamos que houve uma acelerada queda nos preços dos semicondutores e computadores, bem como de declínios similares nos preços de software e equipamentos de comunicação ao longo da segunda metade do século 20.


De forma imediata, preços decrescentes de TI oferecem poderosos incentivos econômicos para a rápida difusão de tecnologias de informação- TI. Uma substancial aceleração no declínio dos preços de TI ocorreu em 1995, impulsionado por     uma     forte    aceleração    no    declínio    dos    preços    dos    semicondutores (proporcionados  por  uma  mudança  no  ciclo  de  produto  dos semicondutores de 3 para 2 anos naquele ano).

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A Conjoint Analysis (Análise de Preferências): uma técnica adequada para avaliar o consumo de software

publicada em 11.05.2009

Como é possível nos dias atuais aferir as preferências dos consumidores por determinados produtos, serviços ou conceitos? Ou, de outro modo, como estabelecer uma estratégia de venda (ou de marketing) que melhor atenda às preferências dos consumidores?

 

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Crise financeira ofuscou enormes contribuições das TICs para a Economia (Parte 1)

publicada em 27.04.2009

Como o próprio título desta letterícia aponta, a eclosão da atual crise financeira internacional, que teve como epicentro o mercado imobiliário dos EUA, ofuscou (de maneira danosa) um conhecimento mais abrangente das surpreendentes contribuições recentes das TICs- Tecnologias de Informação e Comunicação para o...

 

 

O acelerado declínio nos preços da TI desde 1995 sinalizou para um crescimento mais rápido da produtividade nas indústrias produtoras de TI- semicondutores, computadores, equipamentos de comunicação e software.  Estas indústrias contribuíram para uma fração substancial do avanço do crescimento da economia dos EUA.  No entanto, é importante enfatizar que a aceleração do crescimento não está limitada a estas indústrias.  Para analisar o impacto da aceleração do declínio nos preços em maior detalhe, é usual dividir as indústrias restantes entre as indústrias usuárias de TI, aquelas particularmente intensivas na utilização de equipamentos de TI e software, e as indústrias não-TI.

 

Apesar de ¾ (três quartos) de todas as indústrias dos EUA terem contribuído para a aceleração do crescimento econômico a partir de 1995, as suas quatro principais indústrias produtoras de TI são responsáveis por ¼ (um quarto) do ressurgimento do crescimento econômico, mas somente 3% do Produto Interno Bruto-PIB.  As indústrias usuárias de TI representam outro ¼ (um quarto) do ressurgimento do crescimento e quase a mesma proporção do PIB, enquanto as indústrias não-TI, com 70% do valor adicionado, são responsáveis por apenas ½ (um meio) do ressurgimento do crescimento.

 

Os EUA observaram desde 1995 um aumento do investimento em equipamentos de TI e em software nos maiores setores usuários de TI, tais como Finanças e Comércio Exterior.  No entanto, virtualmente todas as indústrias responderam aos mais rápidos declínios nos preços em TI substituindo capital não-TI por capital de TI.  Os investimentos de capital vindo de produtos de TI cresceram à taxas de dois dígitos durante a maior parte das três últimas décadas.  Em contraste, capital não-TI cresceu quase às mesmas taxas da economia como um todo, numa ordem de magnitude mais lenta.  Metade das indústrias dos EUA apresenta uma contribuição declinante do capital não-TI.

 

A Figura 1 à frente mostra dois surtos da produtividade ao plotar o crescimento da produtividade do trabalho no setor não-agrícola dos EUA (com base nos dados trimestrais e médias para três períodos mais longos) de 1973:Q4 (quarto trimestre) até 2005:Q4 (quatro trimestre).  O crescimento anual da produtividade aumentou de 1,1 pontos percentuais depois de 1995, e daí aumentou mais 0,7 pontos percentuais depois de 2000.

 

O aumento do investimento em TI nos EUA depois de 1995 tem contrapartidas em outras economias industrializadas.    Estas economias também experimentaram um aumento no crescimento da produtividade nas indústrias produtoras de TI. No entanto, diferenças na importância relativa destas indústrias têm gerado amplas disparidades no impacto da TI no crescimento econômico.  Entre os países do G7- Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido e EUA- o papel das indústrias produtoras de TI é maior nos EUA ([1]).  A Figura 2 compara a experiência americana àquela da União Européia, medida pelo GDP (Gross Domestic Product, ou PIB) por hora, e mostra caminhos muito divergentes, à medida que a EU continuou lenta enquanto os EUA aceleraram.

 

Em resumo, o mecanismo por trás do ressurgimento do crescimento econômico dos EUA é hoje mais claro.  O aumento foi gerado pelo acelerado declínio dos preços de TI, proporcionados por uma mudança no ciclo de produto dos semicondutores de 3 para 2 anos em 1995.  O declínio do preço deflagrou um boom de investimento que atingiu seu peak durante a segunda metade dos anos 1990, e agora recuperou muito do momento perdido durante a recessão de 2001 ([2]). 

 

Em termos da produtividade dos EUA, pode-se chegar às seguintes principais conclusões.  O primeiro surto depois de 1995 foi impulsionado por forças relacionadas a TI, como mostra a Tabela 1 à frente.  A contribuição da Produtividade Total dos Fatores (PTF) de TI e o aprofundamento de Capital de TI, por exemplo, representaram juntos 60% do crescimento da produtividade de 1995 a 2000 (última linha da tabela, e cuja determinação é dada nas notas da mesma), e a maioria da aceleração quando 1995-2000 é comparado a 1973-1995.  Em contraposição, estas duas forças representaram somente 30% do crescimento da produtividade de 2000 a 2004, e declinou em importância relativa depois de 2000. A aceleração da produtividade agregada depois de 2000 reflete outros fatores, tais como aprofundamento de capital não-TI e crescimento da PTF não-TI, ambos os quais aumentaram marcadamente.

 

 

 

 

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[1]  Infelizmente não se pode dizer muito a este respeito em relação ao Brasil, já que nem as autoridades de economia e estatística do país se preocupam com o detalhamento dos dados da TIC nacional, nem os economistas que tratam das questões de produtividade têm trabalhado com o tema.  O único trabalho a respeito deste tema será tratado em outra oportunidade.

[2] O impacto da mais recente crise financeira internacional (que se iniciou em 2007 no mercado imobiliário dos EUA) sobre a trajetória do crescimento recente da produtividade daquele país, só poderá ser constatado, pelo menos, nos próximos dois anos.

 

 

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