Relatório da OECD sobre o impacto da crise nas TICs e seu papel na recuperação

publicado em 25.10.2009

 

Eis aqui um dos primeiros relatórios abrangentes sobre o impacto mundial da crise financeira sobre indústria global de Tecnologias de Informação e Comunicação- TICs.  Lançado em agosto deste ano pela Organização para Cooperação Econômica e Desenvolvimento- OECD, apesar de se apoiar em dados para o período de maio a junho, o relatório intitulado “The impact of the crisis on ICTs and their role in the recovery- O impacto da crise nas TICs e seu papel na recuperação” (que pode ser encontrado aqui) aponta para uma rápida e promissora recuperação.

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Virtualização: processo que facilita uma mudança de modelo de negócio!

publicada em 01.11.2009

Em tecnologias de informação e comunicação- TICs o termo virtualização já é bem conhecido. Numa síntese facilmente encontrada no Wikipédia, podemos ver que o termo se refere à abstração dos...

 

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Estratégias recentes das grandes corporações de TICs - III

publicada em 18.10.2009

A Cisco Systems, maior fabricante mundial de equipamentos de rede (com faturamento em 2008 de US$ 36,10 bilhões, e com mais de 65 mil empregados), acertou (no início deste outubro) a compra da empresa norueguesa Tandberg por US$ 2,97 bilhões. O objetivo da empresa é expandir sua...

 

 

A indústria de TICs teve um duro início neste ano de 2009, com quase todos os indicadores do primeiro trimestre em declínio, freqüentemente muito agudo.  Há sinais, no entanto, de recuperação, tendo a taxa de declínio atingido seu piso, e infletido na maioria dos dados cíclicos recentes (dados, como já dissemos registrados entre maio de junho deste ano), com crescimento positivo mês-a-mês para a maioria dos países da OECD, e os estoques diminuindo rapidamente. Quando comparados com os declínios observados na crise de 2001-2002 (no estouro da bolha das empresas ponto.com), em termos de desempenho no primeiro trimestre, os declínios não foram tão piores quanto os daquele período, e alguns setores se desempenharam até melhor.  A indústria de TICs está também se desempenhando melhor nesta crise do que outras indústrias, tais como a automobilística.

 

Tem havido claras diferenças regionais nos efeitos desta crise.  Os países asiáticos da OECD foram particularmente duramente atingidos pela retração econômica, com queda na produção e aumento dos estoques, particularmente no Japão. O “descolamento” dos países não-OECD também se mostrou ser uma ilusão, com muitas economias asiáticas não-OECD (Taiwan; Hong Kong; China; e Cingapura) severamente afetadas.  O PIB de Taiwan caiu 40% no início de 2009, assim como o do Japão, e o comércio asiático de TICs caiu entre 25 a 40% ano a ano, à medida que a crise atingiu as redes asiáticas de produção integradas.

 

Várias razões foram apontadas para isto: flutuações nas moedas, especialmente as deficientes indústrias de TICs dependentes de exportação no Japão, exportações cadentes e fraca demanda doméstica para produtores chineses e seus fornecedores.  No entanto, a recente subida mês-a-mês tem sido muito rápida, particularmente no Japão, Coréia, Taiwan, e China retornando a um crescimento positivo depois de ter escorregado abaixo de zero no início de 2009.  O setor manufatureiro de TICs da Coréia foi o primeiro a subir no início de 2009 ajudado por sua fraca moeda.

 

De acordo como a OECD, a indústria de semicondutores é um bom guia dos desenvolvimentos da indústria de TICs.  A produção de semicondutores caiu particularmente rápida no final de 2008 e no primeiro trimestre de 2009, com a capacidade de uso mundial caindo em direção a 50%, e os fabricantes de equipamentos de semicondutores vendo muitas quedas em pedidos.  No entanto, o crash não atingiu a escala de 2001-2002, exceto nos países asiáticos da OECD, e tem havido uma forte subida de faturamentos mês-a-mês em semicondutores.  Grandes empresas de semicondutores são geralmente de boa saúde financeira, com posições líquidas em dinheiro consideravelmente melhores do que em 2001.  Atividades de P&D e de inovação continuam a ser financiadas a partir de fontes internas, como receitas de contratos, e até o momento de redação do relatório o P&D dos semicondutores declinou menos do que as receitas.

 

Em termos de setores, as receitas das empresas globais de hardware têm sido mais afetadas mais cedo na crise econômica do que as empresas de serviços de TICs (serviços de TI, software, serviços relacionados à Internet e telecomunicações), como foi o caso em 2001-2002.  Semicondutores, eletrônicos, e equipamentos de TI e de comunicação foram atingidos por negócios declinantes, e a demanda de consumidor e o crescimento caíram fortemente.  Mas os serviços de TICs também diminuíram, e tanto serviços de TI como software se tornaram negativos no primeiro trimestre de 2009, com o crescimento dos negócios de Internet perto de zero.  Empresas de Internet e de software viram fortes quedas no crescimento para além de 20% nos últimos quatro trimestres, em forte contraste com seus recentes desempenhos.  No geral, setores de hardware, tais como semicondutores e equipamentos de telecomunicações, estiveram caindo menos que em 2001-2002, e em comparação alguns serviços de TICs se desempenharam pior do que em 2001-2002.

 

Em geral, apesar de um primeiro trimestre muito difícil, grandes empresas do setor de TICs estiveram mais fortes ao final do primeiro trimestre de 2001 do que em seguida ao estouro da bolha de 2001.  Os pontos fortes incluem maiores taxas de recursos em relação às dívidas em seus balanços, empresas mais fortes e consolidadas, e importância muito maior da Economia da Internet.  No entanto, alguns fabricantes de hardware, especialmente os produtores de eletrônicos japoneses, enfrentaram dificuldades, à medida que o crescimento em novas áreas de negócios não compensou os declínios em outras.

 

Pacotes de estímulo econômico para enfrentar a crise afetam o setor de TICs direta ou indiretamente.  O objetivo imediato destes pacotes tem sido restaurar a saúde do setor bancário e estimular a demanda no curto-prazo; e re-financiar os bancos, injetando dinheiro na economia e protegendo empregos.  Estas medidas podem ajudar a enfrentar as pressões de baixa no setor de TICs e sustentar a difusão das TICs.  A maioria dos governos também planeja incrementar o crescimento através de investimentos de longo-prazo, os quais têm o potencial de oferecer estímulo anticíclico do lado da oferta.  Em muitos casos, estes planos de longo-prazo são diretamente relacionados ao setor de TICs ou aplicações de TICs, incluindo aplicações inteligentes em sistemas urbanos, sistemas de transporte, distribuição de energia elétrica, etc. A questão é como as políticas atuais podem ser mantidas ou repensadas no contexto da crise econômica, e o que é o balanço apropriado entre continuidade de política de TICs testadas e mudanças na forma de medidas ad hoc de crises.

 

Vamos esperar para que a OECD divulgue bem rápido os dados do terceiro trimestre deste ano, e que os mesmos confirmem a retomada do crescimento da indústria global de TICs.

 

Se sua empresa, organização, ou instituição deseja saber mais sobre a recuperação da indústria global de TICs, fique a vontade para nos contatar!

 

 

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