Não existe mais qualquer dúvida sobre a importância econômica, social, política e ambiental da China neste século 21. Muito vem sendo escrito a este respeito, e sobre tal importância nós aconselharíamos uma leitura ao excelente livro de Henry Kissenger, intitulado “Sobre a China”, publicado pela Penguin Books em 2012, e que pode ser encontrado também em português.
No entanto, o que é mais saliente sobre o papel da China no século 21, é a relação de codependência dos Estados Unidos (ou América, como este país é mais chamado) e da China. Neste sentido, o livro intitulado “Unbalanced: The Codependency of America and China” (cuja tradução é o título desta newsletter), publicado ano passado pelo economista Stephen Roach, é imperdível.
Stephen Roach é Senior Fellow do Jackson Institute of Global Affairs da Yale University, nos EUA. Ele foi durante vários anos o Presidente do Morgan Stanley Asia e Chief Economist do Mongan Stanley, um banco de investimento baseado em Nova York. Profundo conhecedor das questões da Ásia, e da China em particular, Roach também é autor do livro “The Next Asia: Oportunities and Challenges for a New Globalization”, publicado em 2009.
Neste seu novo livro, Roach observa que as economias chinesa e americana têm estado atadas em um vínculo desconfortável desde os anos 1970s. Apesar deste vínculo ter sido iniciado com benefícios mútuos, nos anos recentes ele mergulhou nas armadilhas de uma codependência instável, com as duas maiores economias do mundo perdendo o senso de si próprias, aumentando o risco de se vincularem uma à outra de maneira destrutiva. O autor apresenta os conflitos que estão no epicentro das presentes tensões, incluindo disputas sobre políticas de comércio exterior e sobre direitos de propriedade intelectual, as fortes diferenças em estilos de liderança, o papel da Internet, a recente disputa sobre cyberhacking, além de outras.
O livro está dividido em cinco partes. A primeira parte, intitula-se “No Começo”, e está composta de dois capítulos: 1) A Economia Política da Falsa Prosperidade, e 2) Quem depende de Quem? A segunda parte, intitulada “Liderança e Poder”, é composta dos seguintes capítulos: 3) O Chefe e o Maestro: Greenspan e Zhu; 4) O Debate da Grande Estabilidade: Wen x Bernanke; 5) Duas tomadas sobre Estratégia: Washington e o NDRC. A terceira parte, intitulada “As Tensões”, é composta pelos seguintes capítulos: 6) Uma Nova Globalização, e 7) Bilaterismo em um Mundo Multilateral, e 8) A Gripe da China. A quarte parte, intitulada “Tiros de Advertência”, é formada por: 9) Desbalanços e a Grande Crise, e 10) Smoot-Hawley Redux. E a quinta, e última, parte, intitulada “Resolução”, é formada pelos seguintes capítulos: 11) Rebalanceando, 12) A Próxima América Encontra a Próxima China, e 13) Codependência, a Internet uma Crise de Identidade Dual.
Eis aí um livro imperdível para quem deseja entender as mudanças estruturais e de codependência evolvente entre as duas maiores e mais importantes economias dinâmicas do mundo. Parafraseando Michael Spence, prêmio Nobel de Economia, é uma “aula sobre crescimento, estabilidade, e globalização pós-guerra, com profundos discernimentos e personalidades fortes em ambos os lados, e, um livro muito bem escrito; muito poucas pessoas têm a envergadura de conhecimento e experiência para escrever tal livro”.
Já que o Brasil tem hoje, além dos EUA, a China como seu grande parceiro comercial, seria importante que mais e mais pessoas compreendessem como as duas maiores economias do mundo se relacionam, e como isso pode servir de aprendizado para as nossas relações com esta nova China!
Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre as relações com a China, fique a vontade para nos contatar!