Um imperativo da Economia é a necessidade, diante da escassez de recursos, de se fazer escolhas. No entanto, tais escolhas podem ser estabelecidas tendo em vista o futuro crescimento econômico, ou o futuro desenvolvimento econômico, conceitos entendidos da seguinte maneira:
- O crescimento econômico constitui um processo por meio do qual a renda per capita (Produto Interno Bruto- PIB/População) de uma determinada sociedade se eleva persistentemente. Acompanhando este crescimento, ocorrem transformações estruturais quantitativas e qualitativas, tais como diminuição nas taxas brutas de natalidade e de mortalidade (que alteram a estrutura etária da população e da força de trabalho), ampliação do sistema escolar e de saúde, maior acesso aos meios de transportes, de comunicação, maior integração com outras economias mundiais, e aumento da produtividade média da economia nos diferentes setores da atividade econômica;
- O desenvolvimento econômico e humano, por sua vez, pressupõe que, paralelamente ao processo de crescimento, a maior parte da população dessa sociedade seja a principal beneficiária das mudanças em andamento. Entende-se que, ao longo do tempo, para a maior parte da população, devam ocorrer melhorias no padrão de vida material, nas condições de saúde, maior tempo de vida, ampliação no exercício da cidadania, maiores oportunidades de aperfeiçoamento pessoal, e, não comprometimento da sustentabilidade do meio ambiente;
Em função do fato de que o crescimento econômico não necessariamente leva ao desenvolvimento econômico e humano (ou ao desenvolvimento social), bem como em função do fato de que ainda não são efetivamente conhecidos os caminhos mais rápidos para alcançar estes dois processos, ao longo dos últimos anos vários indicadores têm sido estabelecidos para caracterizar o avanço das economias e das sociedades, dentre os quais: o Índice de Desenvolvimento Humano – IDH (das Nações Unidas); o Índice de Competitividade Global (do Fórum Econômico Mundial); Indicadores de Governança Global (do Banco Mundial); Índice de Inovação Global (da Organização Mundial de Propriedade Intelectual); o Índice de Complexidade Econômica (de Pesquisadores do MIT dos EUA), e o Índice de Progresso Social.
Este último índice, desenvolvido pela organização denominada Social Progress Imperative, parte do princípio de que medidas como o PIB – Produto Interno Bruto de um país representam um retrato incompleto do seu desenvolvimento humano e social. O Índice de Progresso Social- IPS oferece uma avaliação holística do progresso geral de um país ou espaço geográfico. O IPS examina indicadores sociais e ambientais que capturam três distintas dimensões do progresso social: Necessidades Humanas Básicas, Alicerces do Bem-Estar, e Oportunidades.
Na dimensão Necessidades Humanas Básica estão incluídos sub-indicadores como condições de Nutrição e Cuidados Básicos da Saúde, Água e Saneamento, Abrigo e Segurança Pessoal. Na dimensão Alicerces do Bem-Estar, encontram-se os sub-indicadores de Acesso à Conhecimento Básico, Acesso à Informação e Comunicações, Saúde e Boa Disposição, e Sustentabilidade do Ecossistema. Na dimensão Oportunidades estão os indicadores de Direitos Pessoais, Liberdade e Escolha Pessoais, Tolerância e Inclusão, e, finalmente, acesso à Educação Avançada.
Eis aí um indicador (o IPS) super-interessante que vem se somar ao já consagrado IDH nas Nações Unidas. O Brasil não está tão mal na foto, e se encontra na 42ª posição (dentre mais de 130 países do mundo), com um score calculado de 70.89, considerado Medium High (médio alto) pelo IPS. Mas sua posição pode melhorar ainda mais no futuro, caso os planos para seu futuro considerem aspectos de desenvolvimento com progresso social. E por este exato motivo, sugerimos que seja vista a palestra de apresentação do IPS pelo seu fundador em TED Talk recente, que pode ser acessado aqui!
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