Quais são as empresas mais inovadoras do mundo, e sob quais cirtérios? Há vários rankings sobre as empresas que mais inovam no mundo: da Forbes, da Bloomberg, da Thomson Reuters, de The Boston Consulting Group, da FastCompany, e por aí vai.  Todos com suas metodologias e nuances. No entanto, há um em especial que é derivado de um estudo produzido pela Strategy&, empresa resultante da fusão da Booz&Co e da PwC, intitulado Global Innovation 1000.

Desde 2005 a Strategy& produz este estudo, que investiga a relação existente entre o quanto as empresas gastam com P&D e o seu desempenho financeiro, e, a cada ano, o estudo reforça a conclusão de que não há relação estatística significativa entre estas duas variáveis. Ao longo dos anos os autores expandiram o escopo do estudo para incluir questões críticas, tais como a importância da inovação liderada pelo consumidor e como as companhias gerenciaram o gasto em P&D durante e depois da recessão recente.

Ao longo destes dez anos este estudo permitiu aos seus autores uma análise detalhada das estratégias de inovação que estas empresas líderes adotam.  Através das pesquisas e entrevistas com vários executivos do Global Innovation 1000, seus autores observaram que todas as empresas pesquisadas seguem uma das três seguintes estratégias de inovação:

a) Need seekers (Buscadoras de necessidades) – as empresas deste conjunto (tais como Apple, Procter & Gamble e Tesla) engajam ativamente atuais e potenciais consumidores para conformar novos produtos, serviços, e processos; elas lutam para serem as primeiras no mercado com estes produtos;

b) Market readers (Leitoras do mercado) – estas empresas (tais como Samsung, Caterpillar e Visteon) assistem seus mercados cuidadosamente, mas elas mantêm um enfoque mais cauteloso, focando amplamente em criar valor através de mudança incremental;

c) Technology drivers (Propulsoras de tecnologia) –  estas empresas (tais como Google, Bosh e Siemens) seguem a direção sugerida por suas capacidades tecnológicas, alavancando seus investimentos em P&D para proporcionar avanços inovadores e mudança incremental, frequentemente buscando endereçar necessidades desarticuladas dos seus consumidores.

Um dos grandes achados deste trabalho é que as dez empresas que mais gastam em P&D (numa ordem da primeira à décima: Volkswagen, Samsung, Intel, Microsoft, Roche, Novartis, Toyota, Johnson & Johnson, Google, Merck & Co) não são aquelas dez mais inovadoras (na mesma ordem: Apple, Google, Amazon, Samsung, Tesla, 3M, General Electric, Microsoft, IBM, Procter & Gamble)(somente Microsoft esteve em ambas listas ao longo dos dez anos pesquisados). Ou resultado interessante é o de que o grupo das mais inovadoras empresas ultrapassou aquele que mais gastou em P&D em três importantes indicadores: crescimento em receitas, EBITDA como % das receitas, e crescimento em capitalização de mercado.

E foi com este curriculum de investigação sobre empresas inovadoras globais que o Jornal Valor Econômico parece ter estabelecido uma parceria com a Strategy& para fazer uma pesquisa inédita sobre a inovação no Brasil (cuja edição se intitula “Inovação Brasil: As 100 empresas mais inovadoras”). Como resultado deste trabalho, a Strategy& montou um ranking com as 100 empresas mais inovadoras do país e as companhias que se destacaram em nove setores. A amostra estudada foi composta por 136 empresas privadas, que faturam mais de R$ 750 milhões – 89% delas superam R$ 1 bilhão em receita – e investem de forma estruturada e continuada em inovação.

Em função do espaço e da importância do tema, deixaremos para comentar esta pesquisa (objetivos, metodologia e resultados) sobre o Brasil na próxima newsletter. Tentaremos colocá-la em perspectiva diante da pesquisa que o governo brasileiro já realiza através de sua PINTEC- Pesquisa de Inovação realizada pelo IBGE.

Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre as empresas inovadoras no Brasil, fique a vontade para nos contatar!