O dia 13/05/2015 foi marcado pela publicação do post “Billion-dollar startups everywhere — but no billion-dollar entrepreneurs (yet)” [Startups de 1 bilhão de dólares, mas nenhum empreendedor de 1 bilhão de dólares (ainda)] no site Venture Beat, especializado em questões relacionadas com capital de risco. O autor do post, Armando Biondi, é co-fundador e Chief Operating Officer- COO da empresa AdEspresso, uma otimizadora de soluções de SaaS para propagandas no Facebook, que já fundou outras 5 empresas tech e não-tech, e é também investidor anjo na empresa Mattermark e em mais de 20 outras empresas.
No início de seu post, Biondi menciona um post intitulado “How to Build a Unicorn From Scratch — and Walk Away with Nothing” (Como Construir um Unicórnio do Chão – e Sair com Nada), de Hei Roisen (parceira da empresa de capital de risco DFJ), e que foi muito compartilhado no seio da indústria de tecnologia dos EUA na primeira quinzena de maio. O post de Roisen tenta apontar, através de um exemplo mítico (a partir de sua experiência de muitos anos como empreendedora e como capitalista de risco, bem como a partir da constatação da “febre”, no Vale do Silício, de se perseguir empresas de 1 bilhão de dólares – “unicórnios”), como os empreendedores prestam menos atenção aos termos dos acordos (com investidores) do que nas avaliações que cercam os investimentos em suas empresas, aconselhando-os a não incorrer no mesmo erro.
Tendo este post como referência, Biondi aponta para três questões. A primeira é a de que mesmo que as coisas forem bem (o empreendedor chegar ao IPO – Initial Public Offering, ou Oferta Pública Inicial), uma vez que se “mergulha” nos números, eles são excitantes para os investidores, mas não para os empreendedores. Biondi cita os exemplos da Box, em que o seu fundador Aaron Levie ficou com apenas 3,4% de participações da empresa (e do valor do IPO); da LendingClub, em que seu fundador Renaud Laplanche ficou com apenas 4,7% de participações, e Chad Dickerson, fundador da Etsy, ficou com apenas 2,1% de participações.
A segunda questão é entender bem o que os investidores são, e o que pretendem. Biondi discorre sobre qual a melhor maneira de se aproximar de investidores, levando em consideração que eles apenas seguem um modelo que eles necessitam de forma a fazer com que a economia dos seus fundos funcione (eles não são o “diabo”!).
A terceira, e última questão, é a de que o mundo mudou nos últimos anos. Não muitos se aperceberam, mas em um mundo onde desenvolver tecnologia é muito barato e canais de aquisição são super-eficientes, bem como empreendedores estão começando mais empresas como nunca, o capital de risco (como uma indústria) está lutando para sobreviver. Não como capital (que é comoditizado também), mas de que maneira a indústria deve funcionar. O fluxo de acordos está se tornando a seguinte questão: tanto você não encontra/acessa empresas interessantes o suficiente (se você não está na Tier 1 ou Tier 2 – camadas superiores), ou você tem muitas, e então você está se movimentando entre muitas delas, e uma vez que você não pode investir eficientemente, você está perdendo.
Portanto, o recado de Biondi é o seguinte. Para construir uma empresa de 1 bilhão de dólares, você precisa já ter uma empresa de 100 milhões de dólares; e para construir uma empresa de 100 milhões de dólares, você precisa de uma empresa de 10 milhões de dólares; e para você ter uma empresa de 10 milhões de dólares, você precisa construir algo que as pessoas queiram. Logo, foque primeiro em construir uma empresa de 10 milhões de dólares; quando chegar lá, pense em uma empresa de 100 milhões. Quando você tiver construído uma empresa de 100 milhões de dólares, aí você pode pensar em uma de 1 bilhão de dólares. E Biondi não está falando de avaliações baseadas em fundos, mas sim em avaliações baseadas em receitas, o que é mais interessante!
Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre empresas e empreendedores de 1 bilhão de dólares, fique a vontade para nos contatar!