Nos estudos de viabilidade econômico-financeira de projetos é prudente observarmos os preceitos já estabelecidos na teoria econômica, particularmente aqueles que estão associados às Finanças Corporativas.  Qualquer estudante interessado, e modestamente talentoso, pode aprender finanças.  Os conceitos de finanças não são mais difíceis do que aqueles dos livros textos de Economia.

Um bom livro de Finanças, que contribui sobremaneira para um bom estudo de viabilidade econômico-financeira de projetos de empresas, deveria cobrir os seguintes tópicos e assuntos:

- Valor e Orçamento de Capital (ou Avaliação de Investimento): como trabalhar com taxas de retorno, e como decidir se se desenvolve ou se rejeita projetos em um mercado perfeito sob neutralidade de risco;

- Risco e Retorno: introduz aversão ao risco e como ela cria uma relação entre risco e retornos esperados em um mercado perfeito;

- Valor e Eficiência de Mercado em um Mercado Imperfeito: descreve o que acontece se as hipóteses do mercado perfeito não se sustentam no nosso complexo mundo real;

 - Aplicações no mundo real: apesar dos conceitos financeiros serem simples, sua aplicação pode ser complexa. Logo, faz-se necessário examinar os problemas que ocorrem ao aplicar tais conceitos;

- Estrutura de Capital e Política de Pagamento: considera a estrutura do capital que as empresas escolhem (vender ações, buscar financiamento, por exemplo);

- Projetando o Futuro: em resumo, é a análise estratégia corporativa.

Até aqui, nenhum questionamento, em se tratando de empresas já existentes e que estejam planejando novos projetos, e, portanto, estejam avaliando suas viabilidades econômico-financeiras. 

Mas será que este enfoque é, ou deve, ser o mesmo para empresas startups?  A argumentação que pretendemos começar a fazer aqui nesta newsletter é a de que um estudo de viabilidade econômico-financeira de empresas startups (ou de projetos destas empresas) deve incorporar conceitos e métodos que sejam distintos das empresas existentes, ou tradicionais. E uma das principais razões está na própria definição das startups.

Segundo Steve Blank, um dos mais renomados estudiosos do empreendedorismo do momento, uma startup é uma organização temporária à procura de um modelo de negócios repetível e escalável. Por implicação, uma empresa existente, ou tradicional, é uma empresa que executa um modelo de negócio.  Segundo Steve Blank, uma startup não é uma versão menor de uma grande empresa.  O início de uma empresa (marcadamente daquelas que dependem, ou se baseiam em tecnologia) se caracteriza pela flexibilidade de ideias e suposições, e, portanto, ela pode não ter clientes ou nada sabe sobre eles.  Neste sentido, ela se defronta com aspectos mais desconhecidos do que conhecidos (o que contrasta com as empresas existentes, que têm clientes e lida com aspectos mais conhecidos do que desconhecidos).

Neste sentido, é possível registrar que os livros tradicionais de Finanças Corporativas ainda têm muito pouco a dizer sobre a viabilidade econômico-financeira de empresas startups (e de seus projetos).  Mas será que existem novos enfoques/metodologias para avaliar os projetos de empresas startups?  O que esta newsletter argumenta é que eles estão começando a surgir, envolvem conceitos novos, e, portanto, nós voltaremos a tratar sobre este tão importante assunto.

Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre viabilidade econômico-financeira de startups (e de seus projetos), não hesite em nos contatar!