Eis aí um livro interessante e inovador. Why Information Grows: The Evolution of Order, from Atoms to Economies (Porque Informação Cresce: A Evolução da Ordem, dos Átomos às Economias), escrito e publicado recentemente por César Hidalgo, Professor do Massachusetts Institute of Technology`s Media Lab, nos EUA, é um livro que está causando grande frisson entre alguns intelectuais, marcadamente economistas de renome internacional. 

Mas qual é a causa de todo o frisson?  Simplesmente este livro oferece uma “Nova Teoria do Crescimento”, algo muito caro aos economistas.  Por que as economias crescem, e como elas crescem, estão entre as mais antigas e mais fundamentais questões da Economia.  Sabe-se muito sobre o recorde histórico do crescimento econômico; nós também temos muitos discernimentos sobre crescimento, desde os economistas clássicos dos séculos 18 e 19 até a moderna literatura sobre inovação e empreendedorismo.  Mas em termos de uma teoria fundamental sobre o porquê do crescimento acontecer, a Economia ainda tem patinado.

Os fundamentos de muito do trabalho moderno nesta área foram colocados pelo Prof. Robert Solow nos anos 1950 (e por esta razão ele ganhou o Prêmio Nobel de Economia de 1987).  Em essência, Prof. Solow disse que havia três maneiras para aumentar o tamanho de uma economia: expandir a força de trabalho; investir em mais capital, tornando a força de trabalho mais produtiva; ou, adicionar conhecimento na economia, também aumentando a produtividade.

No entanto, quando os pesquisadores trataram os dados empíricos, observou-se que grande parte da ação estava na parte do “conhecimento” na equação de crescimento do Prof. Solow.  O Prof. Solow não tinha muito o que dizer sobre o que exatamente havia naquele fator de conhecimento, ou como ele crescia.  Renomados economistas como Paul Romer, Robert Lucas, Gregory Mankiw e outros contribuíram para a Teoria de Solow numa tentativa de fechar este gap, mas o papel do conhecimento no crescimento permaneceu, apesar de tudo, o que o economista Simon Kuznetz chamou de “uma medida da nossa ignorância”.

A contribuição de César Hidalgo, um físico de formação, não vem do fator trabalho nem do capital, mas sim da matéria, da energia e da informação.  Sua tese é a de que as economias crescem porque a informação cresce; logo, para entender como a economia cresce nós precisamos entender como a informação cresce!

Como apropriadamente resumido por recente resenha deste livro no jornal Financial Times, nós instintivamente pensamos a “informação” como um fenômeno humano.  Mas a moderna ciência a vê como uma medida de algo mais fundamental: como um ponto no continuum entre a ordem perfeita e a perfeita aleatoriedade, sendo este último o estado em direção ao qual, segundo as a href="https://pt.wikipedia.org/wiki/Termodinâmica"&qot;""leis da termodinâmica, o universo se desloca inexoravelmente. Fluxos de energia podem lutar com esta maré de entropia, permitindo ordem se desenvolver e porções de informação serem armazenadas – células, cérebros e ecossistemas são todos exemplos deste processo.  No livro Why Information Grows César Hidalgo observa que nossa economia é cheia de tais “porções de ordem carregadas de energia”.  Todos os produtos e serviços ao nosso redor são exemplos disto, e as informações incorporadas nestes produtos e serviços são, de fato, o que representam os seus valores.

Outra questão do livro, então, é a de como produtos e serviços ricos em conhecimento são criados na economia.  Um simples produto pode ser feito por uma única pessoa, mas um produto complexo como um carro requer mais conhecimento do que uma pessoa possa deter.  Hidalgo observa que nossa capacidade mental individual é infinita – o que ele chama “personbyte”.  Logo, fazer algo como um carro requer muitos personbytes de conhecimento.

Sendo assim, uma função central da economia é juntar conhecimento a personbyte-sized chunks (pedaços de bytes personalizados), armazená-los em redes de distribuição de pessoas, e recuperar, processar, montar e transmitir aquele conhecimento para fazer coisas tais como fazer carros ou gerir uma lanchonete como a Starbucks. Isto é o que as empresas e as cadeias de suprimento fazem. E porque tais redes de conhecimento requerem confiança para operar, elas são capacitadas por instituições tais como famílias, tribos, costumes, leis e governos.

Há muito mais do que ler neste interessante livro, que recomendamos fortemente.  Ele certamente contribui para pensarmos novas formas de crescimento econômico, marcadamente em países como o Brasil, que no atual momento, parece ter perdido a fórmula do seu crescimento!

Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre como informação cresce, fique a vontade para nos contatar!