Um dos temas quentes hoje na indústria de TICs é o fato de que no tocante às oportunidades em infraestrutura, há muita conversa a respeito de cloud computing, e que nesta área estão emergindo muitas queixas de que existem grandes players, os quais estão dragando todas as oportunidades e lucros. Martin Casado, sócio da empresa de capital de risco Andreessen & Horowitz pensa o contrário.
Segundo ele, nós estamos entrando numa renascença – uma “era de ouro” de infraestrutura – e uma que está viesada para as novas startups. Seu argumento começa com sua definição do tamanho do mercado de TICs, algo em torno de US$ 4 trilhões, e que está sendo “disrupted” (ameaçado) pela cloud (nuvem), que ele estima seja algo como 6% do mercado de TICs. Ele assinala que, de acordo com a história da computação, sempre que uma inovação como essa ocorre, seu mercado aumenta. Um segundo fato que acontece segundo ele, é que os incumbentes da era anterior raramente conseguem se estabelecer na nova, e que os novos incumbentes são (e serão) os que estão surgindo hoje.
Para ele nunca foi tão fácil para os novos entrantes assumirem o papel de incumbentes. E na raiz disso está a confluência de três tendências: a passagem do hardware para o software, a passagem do software para os serviços, e a emergência dos desenvolvedores. E para tratar de cada uma delas, ele começa a tratar sobre a primeira iniciando com sua definição do “Software defined movement”, o qual vem rebaixando os custos de P&D para os novos entrantes no mercado.
De acordo com Casado, se um pedaço de funcionalidade de um sistema pode ser implementado e entregue inteiramente em software, logo ele é “software defined” (definido por software). A infraestrutura, segundo ele, está passando por uma transformação semelhante. Ele dá o exemplo dos dispositivos GPS. Eles eram definidos em pontos com funções fixas, com hardware e software combinados, instalados em um carro, por exemplo, apontando para onde você gostaria de ir.
Tudo isso mudou em torno de 2005 e 2007 quando os smartphones emergiram e começaram a decolar. E um dos bons exemplos dessa mudança foi o aplicativo Waze, que demarcou um descolamento das características de hardware/software do passado. Ou seja, um grupo pequeno de desenvolvedores, desenvolvendo software puramente, sem se preocupar com dispositivos de hardware, criou bilhões de dólares em valor muito rapidamente. E isso vem acontecendo em vários outros dispositivos de consumo.
Logo, o grande responsável por esta e outras possibilidades foi o smartphone, uma plataforma de software ubíqua que é suficientemente genérica e que pode rodar várias aplicações a partir dela. E isso foi o grande ponto de inflexão causando uma massiva desestabilização na indústria do consumo. Para Casado, a infraestrutura está seguindo esse mesmo padrão.
Ele próprio foi o fundador de uma startup dessa nova geração de infraestrutura a partir de funcionalidades criadas a partir de software (software-driven infrastructure), mas cita também outras startups desse novo movimento, tais como aquelas que lidam com as camadas de computação (Mesosphere e Databricks), redes (Cumulus Network e Instartlogic), armazenamento (Actifio e Alluxio), e segurança (Illumio e Pindrop).
A segunda tendência (de software para serviços) é apontada por Casado a partir das aplicações para empresas. Essas aplicações começaram a migrar, no final dos anos 90, de on-promises software para software-as-a-service. A mesma transformação está ocorrendo com infraestrutura (o que se chama hoje de infrastructure-as-a-service).
E a última tendência é a da emergência dos desenvolvedores. Concomitante com a evolução das duas tendências anteriores, os desenvolvedores passaram a ter mais controle sobre os processos. Ou seja, eles estão tendo mais influência na escolha dos componentes da infraestrutura, e, em última instância, influenciando orçamentos. E isso muda tudo, porque se antes as empresas incumbentes tinham grande vantagem em acesso aos consumidores (todos os processos de GTM- Going To Market eram “enjaulados”), agora a venda é feita para os desenvolvedores que estão “disrupting” os tradicionais engenhos de GTM.
Em resumo, parece mesmo que estamos adentrando uma nova era de ouro em termos de oportunidades em infraestrutura de TICs. Quem se candidata?
Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre essa nova era de oportunidades em infraestrutura de TICs, fique a vontade em nos contatar!