Na segunda-feira 15 de junho próxima passada o WhatsApp, aplicativo de comunicações que pertence ao Facebook, divulgou que atuaria no setor de meios de pagamento no Brasil. A notícia surpreendeu muitos, já que o que vinculava o Facebook ao mercado financeiro era sua proposta da criptomoeda Libra, anunciada exatamente há um ano.
Na Era Industrial, e mais particularmente, da segunda metade do século 20 em diante, duas lógicas de Estratégia dominaram o debate dos negócios: a lógica do Professor Michael Porter (da Universidade de Harvard, nos EUA), e a lógica dos Professores W. Chan Kim e Renée Mauborgne (do Insead, na França).
“As plataformas online suportam tantas das nossas atividades diárias que nós nos tornamos dependentes delas para nossas vidas pessoais e profissionais. Nós dependemos delas para comprar e vender bens e serviços, para achar informação, e para nos manter em contatos uns com os outros. Nós as usamos para entretenimento, informações, transporte, acomodação, encontrar empregos e empregados, achar apps, e muitos outros propósitos.
"Primeiro temos de fazer o bolo crescer para depois distribuí-lo”. A história econômica do Brasil atribui essa frase ao ex-ministro da Fazenda Antônio Delfim Neto, o qual defendia, ainda nos anos 1960 (mas foi nos anos 70 que ela ganhou maior visibilidade) a prioridade dos investimentos em infraestrutura e na industrialização do país para, em seguida, avançar em ações de distribuição de renda.
Vivemos em tempos que alguns estão chamando de VUCA – contração de Volatility, Uncertainty, Complexity, Ambiguity (Volatilidade, Incerteza, Complexidade e Ambiguidade). Quando observamos o impacto do Covid-19, percebemos bem o significado deste “mundo VUCA”. Mas um conceito que poderia muito bem estar associado ao termo VUCA seria o de Trustfulness – Confiabilidade, ou, para ter coerência, Untrustfulness – Ausência de Confiança. E aí o termo poderia ficar reconhecido por VUUCA, ou VUCUA, para ficar apenas em duas combinações.
Foi com o “mantra” acima que Alexander Osterwalder anunciou em 2019 que estava preparando um novo livro, onde ele daria destaque à ideia de “Portfólios de Modelos de Negócios”, e de como gerenciá-los. Os analistas que reconhecem o valor das contribuições deste autor ficaram no aguardo do citado livro.
As pessoas que estavam vivendo na segunda metade do século 18 e início do século 19 não tinham a menor ideia de que estavam vivenciando uma “Revolução Industrial”. Este termo foi popularizado pela primeira vez pelo historiador econômico Arnold Toynbee (1853-83) para descrever o desenvolvimento econômico da Grã-Bretanha entre 1760 e 1840 (alguns a chamam também de “Primeira Revolução Industrial”). Na prática ela transformou amplamente as sociedades rurais e agrárias da Europa e dos EUA em sociedades baseadas na indústria, e concentradas em zonas urbanas.
Nas três primeiras newsletters da Creativante deste ano estivemos tratando de uma nova abordagem da Economia, onde, ao invés postura tradicional (de começar com as instituições existentes e prever os resultados que elas podem gerar), busca-se identificar os resultados que se deseja obter, e, daí, trabalha-se “para trás” para descobrir que instituições gerariam aqueles resultados (que chamamos de Economia Reversa).
Nas newsletters dos dias 02-02-2020 e de 09-02-2020 demos início ao tratamento do tema que estamos denominando de “Economia Reversa”, explicitando, a partir deste conceito, a existência de duas novas áreas da Economia: a de Desenho de Mecanismos e a de Desenho de Mercados. Nesta newsletter trataremos brevemente esta segunda área.
Na newsletter da semana passada expusemos o argumento (baseado em palestra recente – ver slides aqui) de que um dos potenciais fatores que podem estar contribuindo para o baixo desempenho da economia brasileira nos últimos quarenta anos, pode estar associado ao baixo nível de boas práticas gerenciais das empresas no país, e que um caminho para elevar a qualidade dessas práticas pode ser a adoção de um novo mindset de ferramentas econômicas.
Bem-vindos a mais um ano de edições da newsletter da Creativante!
Nesta oportunidade queremos dar destaque ao tema que cunhamos de “Economia Reversa”, baseado numa palestra recente (slides aqui) dada pelo editor desta newsletter. O objetivo principal da palestra (proferida em 14 minutos) foi argumentar que um dos potenciais fatores que podem estar contribuindo para o baixo desempenho da economia brasileira nos últimos quarenta anos, pode estar associado ao baixo nível de boas práticas gerenciais das empresas no país, e que um caminho para elevar a qualidade dessas práticas pode ser a adoção de um novo mindset de ferramentas econômicas.