O título desta newsletter emergiu a partir da leitura do livro “Radical Uncertainty: Decision-making for an unknowable future” (Incerteza Radical: Tomada de decisão para um futuro incognoscível)”, publicado em 2020 pelos economistas John Kay, Professor Visitante da London School of Economics e Fellow do St. Johns College, da Oxford University, e Mervin King, membro honorário dos King´s e St. John´s Colleges da Cambridge University, e foi Governador do Banco da Inglaterra.
Tal como divulgado na página de venda do livro na Amazon.com, este grande, e criticamente aclamado trabalho, pergunta uma questão vitalmente importante para os dias atuais: quando incerteza está ao nosso redor, e os fatos não são claros, como podemos tomar boas decisões?
Nós não sabemos o que o futuro irá trazer, particularmente no meio de uma crise, mas nós devemos tomar decisões de qualquer modo. Nós regularmente almejamos certezas as quais não podem existir, e inventamos conhecimento que nós não temos, esquecendo que humanos são bem sucedidos porque nós temos que nos adaptar a um ambiente que nós entendemos imperfeitamente. Através da história nós temos desenvolvido uma variedade de modos de lidar com a incerteza radical (conceito principal do livro) que define nossas vidas.
Este livro incisivo, e que nos abre os olhos, apoia-se em biografia, história, matemática, economia e filosofia para estressar os mais bem sucedidos – e os mais estreitos – métodos de lidar com um futuro incognoscível – ou seja, um futuro que é impossível de conhecer. Adicionalmente, os autores argumentam que o método prevalente de nossa era fica aquém, dando-nos o falso entendimento de nosso poder de fazer previsões, levando a muitos dos problemas que nós experimentamos hoje.
O livro está dividido em cinco partes. A primeira parte, intitulada “Introdução: A Natureza da Incerteza”, contém três capítulos: 1- O Futuro Incognoscível; 2- Quebra-cabeças e Mistérios; e, 3- Incerteza Radical Está em Todos os Lugares. A segunda parte, intitulada “A Sedução das Probabilidades”, contém quatro capítulos: 4- Pensando com Probabilidades; 5- Uma Disputa Esquecida; 6- Ambiguidade e Vagueza; 7- Probabilidade e Otimização. A terceira parte, “Fazer Sentido da Incerteza”, contém nove capítulos: 8- Racionalidade em Um Mundo Largo; 9 – Evolução e Tomada de Decisão; 10 – O Paradigma da Narrativa; 11- Incerteza, Probabilidade e a Lei; 12- Narrativas Boas e Más; 13- Contando Estórias Através dos Números; 14- Contando Estórias Através dos Modelos; 15- Racionalidade e Comunicação; e, 16- Desafiando Narrativas. A parte quatro, “Economia e Incerteza”, é formada por quatro capítulos: 17- O Mundo das Finanças; 18- Incerteza Radical, Seguros e Investimentos; 19- Desentendendo Macroeconomia; 20- O Uso e o Desuso de Modelos. A quinta, e última parte, “Vivendo com Incerteza”, contém três capítulos: 21- Conhecimento Prático; 22- Adaptando à Incerteza Crítica; 23- Abraçando Incerteza. Finalmente, o livro vem com um apêndice intitulado “Axiomas de Escolha sob Incerteza”.
Como os próprios autores expressam, o livro encontrou diferentes reações de leitores em geral, de um lado, e de especialistas, de outro lado. A maioria das pessoas achou o conceito de incerteza radical natural, e certamente óbvio. Para elas o desafio não é aceitar a existência da incerteza radical, mas achar maneiras de lidar com ela. Todavia, muitas pessoas que foram treinadas em economia, estatística ou teoria da decisão, no entanto, encontraram dificuldade em aceitar a centralidade da incerteza radical. E para esses, argumentam os autores, nós precisamos adicionar alguns que trabalham com ciência da computação e inteligência artificial – ou que têm simplesmente lido suficiente sobre essas coisas para serem apanhados pela onda de entusiasmo popular do estilo de raciocínio com os quais os computadores se destacam.
Eis aí um livro extraordinário, produzido por duas mentes privilegiadas, e que tiveram participação ativa, nas últimas quatro décadas, tanto na produção intelectual quanto nas tomadas de decisão na Grã-Bretanha, Europa e mundo afora. No entanto, nós da Creativante acreditamos que é possível ter uma visão distinta do conceito de incerteza radical exposta no livro (a qual estamos denominando de “incerteza disruptiva”), e que será apresentada nas próximas newsletters.
Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre incerteza disruptiva, não hesite em nos contatar!