Esta semana damos um desfecho à série sobre a dimensão nacional/doméstica da Estratégia de Duas Trações (que a Creativante vem defendendo para o Brasil desde a newsletter de 25-04-2021), e que se iniciou com a defesa de uma maior abertura da economia nacional (ver newsletter de 06-06-2021). E esse desfecho passa pelo que acreditamos ser o vetor tracionador crucial para o crescimento econômico nas décadas vindouras: o desenvolvimento das dimensões figital e biológica da economia no Brasil!

Como já apontamos aqui neste espaço (na newsletter de 10-05-2020), nós já estamos vivenciando uma economia digital no mundo, mas só que ela é desigualmente distribuída no planeta; algumas nações estão mais avançadas no aproveitamento das oportunidades criadas por essa nova economia, mas outras ainda não se deram conta do seu potencial transformador para o crescimento e para o desenvolvimento econômico e social.

Sendo assim, o que apontamos como fundamental para uma estratégia nacional de desenvolvimento é o reconhecimento de que a retomada do crescimento econômico sustentável no curto, médio, e longo prazo passa necessariamente pela adaptação digital do país. E para isso, precisamos robustecer as três camadas (ou dimensões) da economia em rede que conforma a nova economia digital (ver explicação na newsletter de 10-05-2020): a camada de infraestrutura, a camada de plataformas, ecossistemas e serviços, e a camada de aplicações.

Do ponto de vista da alavancagem da camada de infraestrutura, é importante que tenhamos um olhar mais atento e alvissareiro para as oportunidades das redes de telefonia celular de quinta geração, mais conhecidas como as redes 5G. A partir dessas redes de infraestrutura (*) podemos vislumbrar o desenho e implantação de uma série de novas plataformas, e ecossistemas associados de negócios de enorme efeito multiplicador; e só para dar um exemplo, basta que indiquemos a emergência e a evolução do protocolo Blockchain e das Digital Ledger Technologies – DLTs, que estão revolucionando vários segmentos da economia, com várias novas aplicações (última camada da economia das redes): a saber, smart contracts (contratos inteligentes),  transferência de valores (moedas e outros ativos digitais), e fantásticas reduções de custos transacionais e transnacionais, etc.

Uma forma de perceber esta proposição de alavancagem, é reconhecê-la como inevitável. Segundo o Prof. Silvio Meira (da C.E.S.A.R. School, em Pernambuco) uma “tendência irreversível de pelo menos duas décadas e que agora se tornou óbvia e acelerada é que tudo será FIGITAL: mercados, empresas, times, pessoas [e cidades, países, governos…] estão na transição do FÍSICO [ou analógico] para uma articulação [feita por todos] do FÍsico, que passa a ser habilitado, aumentado e estendido pelo diGITal, ambos orquestrados no espaço sociAL, em tempo [quase] real. Uma parte significativa dos comportamentos de todos os agentes do mercado, de trabalhadores a clientes, deixou de começar, ou de se realizar mais intensamente, na dimensão física desse espaço e passou a se iniciar, quase sempre, no domínio digital”[**]

Portanto, ao fortalecermos estrategicamente as camadas da infraestrutura, das plataformas/ecossistemas e serviços, bem como as aplicações da economia digital, viabilizaremos também a tendência irreversível de que tudo deverá ser FIGITAL no futuro. Entretanto, nós da Creativante acreditamos que algo ainda está faltando nessa perspectiva das tendências irreversíveis: a consagração da importância econômica da dimensão Biológica

Como Nação, somos uma das maiores reservas biológicas do planeta. E como tal, temos uma vantagem natural comparativa no mundo que é indiscutível. Todavia, esta vantagem comparativa necessita ser transformada em uma vantagem competitiva globalmente sustentável (tanto do ponto de vista ambiental quanto do ponto de vista intergeracional, ou intertemporal).

Desta forma, precisamos também alavancar no país o que chamamos de Green Industry (Indústria Verde), e que definimos como uma estratégia nacional em recente trabalho para a Associação Brasileira para o Desenvolvimento Industrial – ABDI. Esta estratégia se viabiliza pela incorporação de mais conhecimento científico e tecnológico para a exploração racional dos nossos recursos biológicos (***).  Portanto, assim o fazendo, tracionaremos o que estamos denominando da tendência FIGITAL + BIOLÓGICA do nosso futuro, ou seja, a tendência FIGIBITAL (na ausência de um acrônimo mais apropriado)!

Se sua empresa, organização ou instituição, deseja saber mais sobre a Estratégia de Duas Trações para o Brasil proposta pela Creativante, não hesite em nos contatar!

(*) E tecnologias e inovações associadas, tais como a Internet das Coisas.

(**) https://tds.company/tag/futuro-figital-futuro-do-trabalho-mercados-emergentes-transformacao-digital/

(***) E aqui podemos destacar os desenvolvimentos recentes na Genética e na Bioquímica, em áreas como a Genômica, a Proteômica, e a Metabolômica, auxiliadas pela nova BioInformática.