Na newsletter da semana passada tratamos dos “composable business models” (modelos de negócios componíveis), ou seja, modelos que estão surgindo a partir das composable technologies (tecnologias componíveis), que estão trazendo para o mundo dos negócios os conceitos de composable architectures (arquiteturas componíveis), composable applications (aplicações componíveis), o que nos leva irremediavelmente ao conceito de composable enterprises (empresas componíveis). A metáfora mais representativa deste fenômeno é o jogo Lego!

Mas como se projeta um modelo de negócio componível? Antes de tudo, é necessário reconhecer o estágio do ciclo de vida do negócio ou da organização que irá tocar o negócio. Trata-se de uma empresa do tipo: a) com um modelo de negócio em execução, ou b) uma organização ainda à procura de um negócio repetível e escalável (ou startup)? Muito embora os modelos de negócios componíveis estejam surgindo nestes dois tipos de organizações, as filosofias de concepção, implementação e operação são de distintas naturezas.

Apesar de existirem especificidades, ambos tipos de organização se apoiam nos mesmos pilares e princípios da composability (componibilidade). Os pilares construtivos básicos de um negócio componível são três (como ilustrado na Figura 1 à frente): a) Composable thinking (pensamento componível); b) Composable business architecture (Arquitetura de negócio componível); e, c) Composable technology (Tecnologia componível).

Um pensamento (ou mindset) componível encoraja a ideia de que “qualquer coisa é componível”. Ele possibilita um modo mais flexível e responsivo de endereçar rapidamente as necessidades mutantes dos consumidores. Ele enfatiza compartilhamento e busca de informação dentro e fora da organização. Quando os princípios de modularidade, autonomia, orquestração e descoberta (vistos mais à frente) são combinados com pensamento componível, empresas podem ser guiadas respeitando o que compor, e quando.

Uma arquitetura de negócio componível assegura flexibilidade e resiliência (e porque não, antifragilidade – ver newsletters de 30-01-2022 e de 06-02-2022) para as organizações. Ela abrange capacidades estruturais que provêm as empresas com mecanismos para arquitetar seus negócios. Já a tecnologia componível está relacionada com a provisão de agilidade e flexibilidade. Ela encoraja reusabililidade, conectividade aumentada, e transparência ao longo da empresa.

Os princípios centrais do projeto de componibilidade numa organização, de acordo com a Gartner, são os seguintes (ver Figura 2): a) Modularidade – a propriedade de particionamento de um domínio em componentes gerenciáveis – para escalar e controlar mudanças; b) Autonomia – a capacidade de minimizar dependência para componentes de um para o outro – para manter integridade em mudanças; c) Descoberta – a habilidade para descobrir e entender oportunidades de projeto e componentes – para guiar, rastrear, e assegurar mudanças; e, e) Orquestração – a capacidade de prescrever e negociar interações entre componentes – para possibilitar recomposição e processo de formação.

Além desses pilares e princípios é possível considerar que, de acordo com a Lei de Conway (devida ao programador Melvin Conway), a estrutura de uma organização é um espelho de seu software. Quando ela desenvolve/constrói um software monolítico, a empresa constrói uma organização monolítica, a qual não é suficiente para competir no mercado atual.

Para competir a empresa contemporânea deve se tornar componível. Ela deve possibilitar a transição do seu software para componentes componíveis e APIs- Application Programming Interfaces, e sua estrutura organizacional para equipes autônomas com responsabilidades de negócio distribuídas, os quais podem “deliver” resultados mais rápido e de forma independente.

Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre projeto de modelo de negócio componível, não hesite em nos contatar!

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