Nos últimos dois anos finalizamos nossas atividades aqui neste espaço com brevíssimas observações de fechamento de ano, bem como com mensagens otimistas, sobretudo em relação às perspectivas de longo prazo para o futuro do Brasil.
Na semana que passou tivemos a oportunidade de participar de uma banca de tese de doutorado relacionada com a monetização de dados. Este é um tema que está ganhando importância global, e vem sendo tratado, grosseiramente, de duas maneiras complementares. De um lado encontram-se aqueles que procuram ter uma perspectiva mais gerencial, organizacional e comercial; de outro, estão aqueles que estão buscando os fundamentos mais técnico-analíticos, com certo grau de complexidade, mas que, no limite, tendem a apresentar soluções mais universais e escaláveis.
Apesar do contínuo aumento no número total de empresas nos EUA, o número de empresas listadas nas bolsas de valores tem declinado cerca de 50%, do peak de 8.090 empresas em 1996 para 4.266 empresas em 2019. Esta tendência coincide com um declínio nos IPOs (Initial Public Offering) nos EUA, resultando em menos empresas pequenas e jovens indo a público em anos recentes. Este declínio geral no número de listagens está estabelecido como um fenômeno abnormal estadunidense chamado “the US listing gap” (Lattanzio et al., 2023).
Finanças Comportamentais é a área de Finanças que estuda a interseção das Finanças com a Psicologia, e explora o efeito de vieses cognitivos no comportamento dos participantes do mercado, no funcionamento dos mercados de capitais, e nos preços do capital e de outros ativos (Itzhak Venezia, 2018).
Microestrutura de Mercado é o estudo dos mercados financeiros e como eles operam. A pesquisa nesta área foca primariamente na estrutura dos lugares de trocas e negociações (displayed/exibidas ou dark/na escuridão), no price discovery process (processo de descoberta de preço), nos determinantes dos spreads e cotas, no intraday trading behavior (comportamento da negociação intra diária), e nos custos de transação (Kissel, 2014).
Na semana que passou apontamos que a análise tradicional de fluxo de caixa descontado (muito popular nos manuais e práticas de avaliações econômico-financeiras) requer que você projete fluxos de caixa para estimar o valor de, por exemplo, uma ação. No entanto, na perspectiva da “expectations investing” (investindo, ou investimento, em expectativas) este processo é revertido.
A análise tradicional de fluxo de caixa descontado (muito popular nos manuais e práticas de avaliações econômico-financeiras) requer que você projete fluxos de caixa para estimar o valor de, por exemplo, uma ação. No entanto, na perspectiva da “expectations investing” (investindo, ou investimento, em expectativas) este processo é revertido.
No dia 19 de outubro do corrente ano a agência de notícias Bloomberg publicou um artigo intitulado “The Price of Money Is Going Up, and It´s Not Because of the Fed” (O Preço da Moeda Está Subindo, e Não é Por Causa do Fed), produzido por Jamie Rush, Martin Ademmer, Maeva Cousin e Tom Orlik. Em seu subtítulo, o artigo aponta que um modelo concebido pela equipe da Bloomberg Economics, que olha para um horizonte como o do ano de 2050, mostra que os rendimentos do Tesouro estadunidense permanecerão altos, como em torno de 6%.
Nós não estávamos inteiramente preparados para mais uma resenha aqui neste espaço, neste momento. No entanto, um fato específico disparou nosso interesse em publicar tal resenha. O fato foi uma entrevista recente concedida pela Secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen. Nesta entrevista, a Secretária Yellen afirma: “A América pode, certamente, prover suporte à Israel e Ucrânia”!
Uma importante âncora do arcabouço da política macroeconômica brasileira é o regime de taxa de câmbio flexível (ou flutuante). Uma vez que alguma persistência de volatilidade excessiva no foreign exchange - FX - market (mercado de câmbio) possa influenciar as expectativas dos agentes econômicos, o Banco Central do Brasil - BCB pode intervir ocasionalmente para assegurar a operação suave do mercado de câmbio.
Parece que foi há muito tempo! Mas em março deste ano o Silicon Valley Bank- SVB colapsou! A mídia internacional deu grande destaque ao evento à época. E por qual razão? O SVB era o décimo sexto maior banco dos EUA antes do colapso, e ele havia se especializado (no mais famoso ecossistema de tecnologia do mundo, o Vale do Silício) em finanças e serviços financeiros para empresas startups apoiadas por capital de risco, em sua grande maioria de tecnologia.
Em nossas mais recentes newsletters estivemos resenhando livros recentes que tratam da questão da moeda e suas instituições (particularmente a de 28-08-2023, a de 04-09-2023, e a de 25-09-2023). Uma característica comum aos livros resenhados é a de que eles pertencem ao campo da “mainstream economics” (principal corrente da Economia), apesar de suas diferenças de enfoque.
Em 2021 foi publicado, pela The Chicago University Press, o livro intitulado “The Money Illusion: Market Monetarism, the Great Recession, and the Future of Monetary Policy” (A Ilusão da Moeda: Monetarismo de Mercado, a Grande Recessão, e o Futuro da Política Monetária), pelo economista Scott Sumner, líder da cadeira Ralph G. Hawfrey de Política Monetária do Mercatus Center da George Mason University, nos EUA.