Na newsletter da semana passada apresentamos os conceitos de Micro Finance (Micro Finança) e da Macro Finance (Macro Finança), e ao fazer isto, introduzimos o argumento de que as Finanças Digitais representam um elo entre estas duas dimensões das Finanças. Mas como esta ponte se estabelece?
Um livro texto de Economia faz, de forma habitual, a seguinte distinção: a Microeconomia é o estudo de como empresas e famílias tomam decisões; já a Macroeconomia é o estudo da Economia como um todo! Há uma boa razão para esta bifurcação, mas deixaremos esta discussão para outro momento (*).
Muito se tem escrito e falado sobre Bitcoin e outras moedas criptografadas, bem como sobre as tecnologias subjacentes a tais moedas (como as Distributed Ledger Technologies – DLTs, tais como Blockchain) e as aplicações que estão dando origem ao novo mundo econômico-financeiro baseado em criptografia. Aqui mesmo neste espaço temos dado alguma cobertura ao assunto.
A disseminação de tecnologias digitais expandiu as oportunidades para intercâmbios de dados e conhecimento, bem como levou a novos desafios de governança. Câmbios digitais, tais como transações baseadas em plataformas e comunidades online, frequentemente ocorrem em grandes redes com interações numerosas e simultâneas, pressionando os mecanismos analógicos de governança, tais como contratos e normas relacionais, aos seus limites.
Nas newsletters de 07-05-2023 e de 14-05-2023 defendemos que os processos de governança são políticos e envolvem exercícios de poder. Logo, apresentamos as principais características de um arcabouço de governança de ecossistemas digitais que se vale daquele apresentado por Clegg (1989) e adaptado por Ofe & Sandberg (2021), que chamamos de arcabouço COS.
Como vimos na newsletter da semana passada, no design e na operação de ecossistemas baseados em plataformas digitais se assume que os processos de governança são altamente políticos e envolvem exercícios de poder. Neste sentido, propusemo-nos a apresentar um arcabouço que se vale daquele apresentado por Clegg (1989) e adaptado por Ofe & Sandberg (2021), que chamamos de arcabouço COS.
A competição na Era Digital é fortemente baseada em ecossistemas, e os ecossistemas de maior destaque são aqueles formados por complexas e sofisticadas arquiteturas de negócios apoiadas em plataformas digitais.
Apesar de não ser “popular”, o setor financeiro é crucial para a Economia! Em alguns segmentos da sociedade a crescente “financeirização” (também conhecida como “dominância financeira”) da Economia, ou seja, a intensificação da atividade financeira nas transações econômicas, é percebida como prejudicial ao “setor produtivo” e à vida real das pessoas. Será?
Como apontado por Christian Catalini e Joshua S. Gans em artigo publicado em julho de 2020 na revista Communications of the ACM (1), no mês de outubro de 2008, poucas semanas depois do Emergency Stabilization Act (Lei da Emergência de Estabilização) recuperar o sistema financeiro dos EUA do colapso, um desenvolvedor de software, ou grupo de desenvolvedores sob o pseudônimo de “Satoshi Nakamoto”, apresentou a moeda chamada Bitcoin a uma lista de correio eletrônico de criptografia; ou seja, introduziu um sistema de dinheiro eletrônico pessoa-a-pessoa “baseado em prova criptografada ao invés de confiança, permitindo quaisquer duas partes interessadas transacionarem diretamente um com outro sem a necessidade de um terceiro confiável”.
O ano de 1971 foi marcado pela decisão do governo dos EUA de fechar a Gold Window (Janela de Ouro) através da qual dólares poderiam ser convertidos em ouro a um preço fixo. Em 2021, ao completar 50 anos daquela decisão, uma enxurrada de artigos emergiu comparando o sistema monetário internacional de Bretton Woods (desenhado a partir de 1944 e alterado em 1971) com o atual “não-sistema”, como apontou recentemente o Prof. Barry Eichengreen invocando este termo cunhado pelo economista John Williamson em 1977.
“Inflação é sempre e em qualquer lugar um fenômeno monetário” – Milton Friedman
“Inflação persistente é sempre e em qualquer lugar um fenômeno fiscal” – Thomas Sargent
A Teoria Monetária em Economia tem consistido em várias escolas de pensamento, mais do que um simples modelo unificado. Cada uma dessas escolas enfatiza diferentes forças que guiam questões de natureza econômica, como por exemplo o fenômeno da inflação, e recomenda uma resposta de política distinta.
Vivemos tempos complexos e transientes! Do ponto de vista econômico, acostumamo-nos a ter como referência o Ocidente, e a partir deste, os Estados Unidos como centro hegemônico emanando “hard power” (poder duro, exemplificado pelo poder militar) + “soft power” (poder brando, espelhado em aspectos culturais) + “cyber power” (emergindo do poder cibernético, Internet incluída) como identificou o Prof. Joseph S. Nye Jr, da Kennedy School of Government, da Harvard University (ver newsletter de 29-04-2012).
O termo “estagnação secular” se refere a um estado de pouco ou nenhum crescimento econômico, ou seja, um ambiente onde a economia está essencialmente estagnada. Na newsletter da semana passada apontamos para um recente debate sobre “estagnação secular” entre duas feras da Economia contemporânea: o Prof. Olivier Blanchard (Professor de Economia do MIT/EUA, foi economista-chefe do FMI e hoje faz parte do Peterson Institute of International Economics - PIIE) e Prof. Lawrence H. Summers (Professor da Universidade de Harvard/EUA, foi Secretário do Tesouro dos EUA no governo Bill Clinton).