25/06/2007                                                                                                                                                                                                        Ano I - Edição 13

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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A forma como a empresa se organiza para produzir, entre os diversos países, pode ser considerada semelhante, ou existem diferenças substantivas no modo como elas se organizam?


O Prof. Daron Acemoglu, do MIT/EUA, lembra-nos que existem duas bem estabelecidas teorias que oferecem previsões sobre como diferenças em características institucionais específicas dos países podem afetar a organização interna da empresa em geral, e a integração vertical (comentada na Letterícia anterior) em particular. Primeiramente, pela Teoria da Economia dos Custos de Transação - TECT a organização interna de uma empresa é planejada para melhorar os incentivos e limitar os custos de agência (ou agenciamento). A integração vertical é talvez a mais conhecida aplicação desta teoria.


A integração vertical encoraja investimentos específicos e reduz o que chamamos de holdup problems (termo usado em Economia para descrever uma situação onde duas partes, tais como um fornecedor e um fabricante, possam trabalhar mais eficientemente se colaborarem, mas refreiam em fazer devido a receios que isso possa dar a uma parte um maior poder de barganha, e, portanto, possa reduzir seus próprios), quando os mercados são imperfeitos.


De acordo com a TECT, a integração vertical deveria, portanto, ser mais prevalente quando for difícil escrever contratos de longo-prazo entre empresas upstream e empresas downstream. Esta previsão não é inteiramente sem ambigüidade. O mais sofisticado enfoque para a integração vertical, desenvolvido pelos avanços da Teoria dos Direitos de Propriedade-TDP, enfatiza que a integração vertical irá também criar “custos de transação” uma vez que empregados de uma empresa, da mesma forma que seus fornecedores, necessitam obter incentivos para investir, e o fato deles não terem os direitos de propriedade dos ativos tangíveis pode enfraquecer seus incentivos.


Um segundo corpo de trabalhos teóricos enfatiza a importância dos contratos e outras relações entre empresas e intermediários financeiros. Por esta visão, imperfeições no mercado de crédito afetam a organização da empresa. O monitoramento e a sanção de contratos são custosos, e deste modo os empresários precisam apresentar garantias para obter financiamento, e podem ficar na dependência de financiamento bancário.
Quando os mercados de crédito têm grandes imperfeições, e quando a ausência de desenvolvimento financeiro limita o contingente de potenciais empresários, pode haver menos entrada nos mercados, e, muito provavelmente, um número maior de grandes empresas em um país.


Como as maiores empresas são mais prováveis de produzir alguns de seus próprios insumos, ou vendem alguns de seus próprios produtos, a visão financeira sugere que melhores instituições financeiras e mercados de crédito possam estar associados com menos integração vertical. Todavia, o efeito do desenvolvimento financeiro na integração vertical não é também sem ambigüidade.


Ao investigar os determinantes de integração vertical através de um banco de dados de 750.000 empresas em 93 países, o Prof. Acemoglu chegou às seguintes conclusões: a) a integração vertical é significativamente maior em países com maiores custos contratuais e maior desenvolvimento financeiro; b) existe um efeito diferencial de custos contratuais entre indústrias; países com maiores custos contratuais são significativamente mais integrados verticalmente em indústrias que são mais intensivas em capital.


Os resultados do Prof. Acemoglu reforçam o argumento de que as fronteiras da empresa são fortemente definidas por determinantes que lhe são externos, tais como a natureza das instituições (e a forma como estabelecem seus contratos) e o desenvolvimento do sistema financeiro do seu país (ver figura abaixo).


Se sua empresa, organização ou instituição ainda não definiu sua nova estratégia de produção, fique a vontade para nos contatar!

 

 


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