04/11/2007 Ano I - Edição 32
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Para aqueles que já estão fatigados com os atuais destaques da Economia, representados pelas flutuações das variáveis econômicas que mais têm destaque no noticiário econômico-financeiro (tais como taxas de juros, taxas de inflação, taxas de câmbio, e taxas de desemprego), gostaríamos de afirmar que há vida econômica além destes termos (que são da chamada Macroeconomia), e que Arte e Cultura (apesar de não parecerem, a depender da mídia!) são também focos da Economia.
Neste sentido, é salutar destacar, e com louvor, a publicação de uma recente obra de análise econômica intitulada "Handbook of the Economics of Art and Culture" (Manual de Economia da Arte e da Cultura), editado por Victor A. Gingsburgh e David Throsby, em 2006, pela North-Holland.
Em tempos de florescimento das indústrias criativas (aquelas indústrias que têm sua origem na criatividade, na habilidade e no talento individuais, as quais têm o potencial de gerar riqueza e trabalho através da produção e exploração da propriedade intelectual, tais como a propaganda, a arquitetura, o mercado de artes e antiguidades, o design, a moda, o filme e o vídeo, a música, o software, os jogos eletrônicos, a televisão e o rádio), é extremamente saudável perceber que a academia nos presenteia com um extraordinário “tratado” sobre Arte e Cultura sob a ótica econômica.
Ao longo de mais de 1.300 (mil e trezentas páginas), contendo 12 (doze) partes e 37 (trinta e sete) capítulos, este primeiro volume deste manual nos brinda com excelentes análises sobre questões que vão desde a história do pensamento econômico voltado para a arte e a cultura, passando pelas questões dos valores dos bens culturais e artísticos, as questões legais, o envolvimento da cultura e da economia, o consumo e a produção, leilões e preços, até as questões de políticas voltadas à arte e à cultura.
Como é salientado logo na introdução por David Throsby, ao longo dos últimos 30 ou 40 anos uma substantiva literatura emergiu, em que as ferramentas da teoria e da análise econômicas têm sido aplicadas aos problemas nas artes e na cultura. Os economistas que têm pesquisado este campo geralmente localizam as origens da Economia Cultural Contemporânea (como esta disciplina é de alguma forma chamada) como sendo 1966, o ano da publicação do primeiro grande trabalho nos tempos modernos dedicado especificamente à economia das artes, intitulado “Performing Arts: The Economic Dilema” (Artes Performáticas; o Dilema Econômico), publicado pelos Profs. William Baumol e William Bowen, MIT Press, nos EUA.
Além de demonstrar como a análise econômica poderia iluminar a oferta e a demanda de serviços artísticos e o papel do setor das artes na economia, este trabalho dos Profs. Baumol e Bowen é também notável, em retrospectiva, por ter colocado uma das mais duradouras e intrigantes proposições da Economia Cultural, marcadamente o hiato de produtividade, ou o fenômeno da “doença dos custos” (fenômeno que será tratado em breve nesta newsletter) que aflige as artes performáticas.
De qualquer maneira, a publicação deste Manual de Economia da Arte e da Cultura vem num momento bastante rico, onde nos damos conta de que neste mundo de forte globalização e de tanta tentativa de homogeneização, os aspectos culturais dos povos parecem entrar na agenda central das definições de políticas. Por conseguinte, a análise econômica deste setor pode nos trazer novas pistas para a definição de novos rumos para a Economia.
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