05/06/2007                                                                                                                                                                                                        Ano I - Edição 10

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Na Lettericia de 28/05 (que tratou de esforço no desenvolvimento de software) afirmamos que apesar de todo o mérito do importante, e inovador, trabalho da dissertação de Mestrado no CIn da UFPE, do Engenheiro de Software Antônio Valença (da Pitang), não podíamos deixar de tecer um breve comentário econômico sobre aquela dissertação. Afirmávamos que, de modo semelhante ao que ainda ocorre em algumas áreas da Economia, a Engenharia de Software tem concentrado esforços no tratamento da empresa (de software, especificamente) na sua dimensão produtiva/técnica, como se esta dimensão (que envolve os insumos, os processos de produção/tecnologias, e finalmente, os produtos) contivesse os únicos determinantes do comportamento e do desempenho da empresa. E que seria interessante ver em novos estudos da Engenharia de Software a análise da dimensão contratual (ou institucional, como preferem alguns economistas) da empresa, onde são tratadas variáveis importantes, tais como direitos de propriedade, especificidade de ativos, controle da gestão, verticalização versus horizontalização de processos, formas de financiamento, e custos de transação, marcadamente de contratos.


E por que considerar esta dimensão? Simplesmente porque as Instituições (e seus contratos) existem e elas são as regras do jogo, e de um jogo de trocas, como o mercado, em que os jogadores são as organizações, tais como as empresas e os consumidores. As instituições podem ser restrições formais (leis), restrições informais (culturais) ou ainda adimplemento (dispositivos de aplicação) de contratos e de direitos de propriedade. A função delas é reduzir a incerteza por meio do estabelecimento de uma estrutura estável, mas não necessariamente eficiente, para a interação humana. A questão fundamental para a relação entre instituições e o desempenho econômico é a cooperação e coordenação entre os agentes econômicos.
Consciente disso, surgiu com muito vigor na Ciência Econômica nos anos 80 e 90 uma nova abordagem (a Nova Economia Institucional), principalmente a partir dos trabalhos do Prof. Douglass North, prêmio Nobel de Economia de 1993. Em seu hoje clássico livro “Institutions, Institucional Change and Economic Performance”, ele introduz os principais conceitos da Teoria Institucional:

Instituições são as regras do jogo em uma sociedade ou, mais formalmente, artifícios projetados pelos homens que dão forma à interação humana. Em conseqüência, elas estruturam os incentivos que atuam nas trocas humanas, sejam elas políticas, sociais ou econômicas. As mudanças institucionais dão forma à maneira pela qual as sociedades evoluem através do tempo e, assim, constituem-se na chave para a compreensão da mudança histórica.

A figura abaixo permite observar a Teoria Institucional do Prof. North em perspectiva. Ela representa uma combinação entre (i) uma Teoria de Custos de Transação (e aqui não podemos deixar de apontar as valiosas contribuições do Prof. Oliver Williamson ao que se denomina hoje de Transaction Cost Economies-TCE), segundo a qual os agentes procuram minimizar os custos envolvidos nas transações, como os custos de mensuração de valores, e (ii) uma Teoria do Comportamento Humano, a qual é baseada na eficiência adaptativa e evolucionária da racionalidade procedimental.

 

ESTRUTURA GERAL DA ABORDAGEM DE NORTH
 


Observando a figura, percebe-se que um “menu” de escolhas econômicas se apresenta às empresas e organizações. Uma empresa, por exemplo, precisa decidir que combinação de produtos pretende ofertar, em que quantidades, que combinação de insumos para produção, etc., sempre objetivando a maximização dos seus lucros. Isso é o que ocorre tradicionalmente nas empresas quando se trata, inicialmente, o lado da produção e da transformação. Mas esta não é a única dimensão das escolhas que se apresentam às empresas. Elas também estabelecem escolhas e interação com outras organizações e fazem “cálculos institucionais” sobre como maximizar suas posições no elenco de oportunidades e restrições que se lhes apresentam.

Para que se examine a importância desta dimensão contratual/institucional nas decisões econômicas, basta que se levante a questão principal da discussão sobre a integração vertical das empresas: “make-or-buy decision” (decisão de produzir ou comprar). Em termos da Indústria de Software e Serviços mundiais, a questão central hoje (tanto para desenvolvedores quanto para clientes) é: desenvolver ou promover o outsourcing!

Se sua empresa, organização ou instituição ainda não definiu sua estratégia de informação, sinta-se à vontade para nos contatar.


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