28/05/2007                                                                                                                                                                                                          Ano I - Edição 9

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Comentamos na Lettericia de 23/04/2007 que um aspecto que marcou o desenvolvimento de software por décadas foram os descumprimentos (de prazos e metas). Citamos que o tópico da estimativa de esforço tem recebido muita atenção na pesquisa de engenharia de software, mas não há evidência de melhoria na estimativa de precisão ao longo dos últimos 20 anos. Numa recente pesquisa de estimativa de descumprimentos em projetos de desenvolvimento de software, mostrou-se que projetos governamentais em média tinham maiores descumprimentos de esforço do que os projetos privados. Os projetos governamentais e privados não diferiam em quaisquer das características de projeto medidas, tais como metodologia de desenvolvimento, capacidade do vendedor, tamanho do projeto, ou duração do projeto. A única diferença era a categoria do cliente.


Nesta semana tivemos a oportunidade de presenciar o coroamento de um importante trabalho em direção ao tratamento da questão da estimativa de esforço de desenvolvimento de software. Trata-se de uma Dissertação de Mestrado defendida no dia 21/05 no Centro de Informática da UFPE, pelo Engenheiro de Software Antônio Rego Valença, do quadro técnico da Pitang (www.pitang.com.br). O trabalho, intitulado “Implantação de Processo de Estimativa de Esforço de Desenvolvimento de Software-Caso Prático”, orientado pelo Prof. Silvio Meira, analisou diferentes abordagens para estimativa de tamanho que um software pode ter, explicitando as razões para a seleção do método que hoje é adotado na própria Pitang, a fábrica de projetos e de software do CESAR (www.cesar.org.br).


A Pitang, empresa focada em oferecer serviços de desenvolvimento de projetos, consultoria, outsourcing e fábrica de software, iniciou a implementação de um projeto estratégico de melhoria organizacional desde sua fundação, em dezembro de 2004. E o foco do trabalho de Valença esteve mais relacionado às atividades de pré-venda e planejamento e acompanhamento de projetos da empresa. Segundo ele, o processo de engenharia de software Rational Unified Process-RUP é o adotado como base referencial do processo de software padrão da Pitang, o qual é denominado “SGQP-Sistema de Gestão de Qualidade PITANG”. E como os projetos de pré-venda e de fábrica de software da empresa utilizam este processo, eles (36 projetos) foram usados como estudos de caso (no período de setembro de 2005 a março de 2007) para a definição do seu trabalho de dissertação.


Ao longo de cinco capítulos da dissertação, onde é introduzida a questão conceitual da estimativa de esforço de software, seguida pela apresentação dos métodos usuais destas estimativas, e pela seleção e justificativa do método adotado na Pitang, e, finalmente, das conclusões, é possível perceber que a definição de uma métrica para estimar o tamanho, o tempo e, principalmente, o custo do desenvolvimento de um software é uma ferramenta fundamental tanto para as empresas que desenvolvem software (com qualidade), quanto para os consumidores em geral.


Apesar de todo o mérito do importante, e inovador, trabalho de Valença, não podemos deixar de tecer um breve comentário econômico sobre esta dissertação. De modo semelhante ao que ainda ocorre em algumas áreas da Economia, a Engenharia de Software tem concentrado esforços no tratamento da empresa (de software, especificamente) na sua dimensão produtiva/técnica, como se esta dimensão (que envolve os insumos, os processos de produção/tecnologias, e finalmente, os produtos) contivesse os únicos determinantes do comportamento e do desempenho da empresa. Seria interessante ver em novos estudos da Engenharia de Software a análise da dimensão contratual (ou institucional, como preferem alguns economistas) da empresa, onde são tratadas variáveis importantes, tais como direitos de propriedade, especificidade de ativos, controle da gestão, verticalização versus horizontalização de processos, formas de financiamento, e custos de transação, marcadamente de contratos.

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