Causas e Efeitos da
Desigualdade
O Brasil é um país de contrastes e é extremamente desigual. As causas da
desigualdade podem ser buscadas em dois mecanismos que se conectam, e se
afetam mutuamente:
A engrenagem destes dois mecanismos tem forte impacto na estratégia de
crescimento econômico que o país promove, e, por conseguinte, na sua
inserção tecnológica (no contexto da Fronteira Tecnológica Mundial -
FTM) e na sua convergência para o chamado bloco dos países
desenvolvidos. De maneira sintética, o processo se manifesta da seguinte
maneira.
Numa primeira fase, se o país não convive com uma distribuição
uniforme de representação política, o que concorre para um aumento da
concentração de riqueza, uma auto-sustentada “armadilha de
alta-desigualdade” pode emergir, na qual a desigualdade educacional pode
assegurar a persistência da desigualdade da riqueza, que, por seu turno
pode permitir a persistência da desigualdade política, a qual, por sua
vez, pode garantir a continuação da desigualdade educacional.
Adicionalmente, se o país não demonstra habilidade em adquirir, em
quantidade e qualidade, competências e capacitações humanas (que são
oriundas da primeira fase) que são usadas intensamente para a produção de
investimento tecnológico (numa segunda fase), ele pode erodir sua
capacidade de desenvolver (no limite superior), ou de até absorver (no
limite inferior), conhecimento que é necessário para se conectar à FTM. O
resultado é conhecido: a distância para a FTM aumenta, o país não converge
para o bloco dos mais desenvolvidos, e as duas desigualdades (externa e
interna) tendem a persistir.
Numa segunda fase, se o país pretende crescer ele pode adotar dois
tipos (ou rotas) de investimento tecnológico:
A primeira rota é virtuosa e leva ao bloco dos ricos. A segunda rota é
duvidosa, porque os custos crescentes de imitação podem levar a algo
análogo aos retornos decrescentes do capital. Mesmo que adote esta rota,
um país pode chegar a um ponto de mudança onde ele avalia se continua a
assimilar/adaptar tecnologias dos mais desenvolvidos, ou se supera um
determinado nível de habilidades do seu povo e passa a desenvolver
tecnologia de ponta.
Mas o que é mais relevante é que estas rotas têm que ter
complementaridade com um uso equilibrado (interno ao país) do capital
humano qualificado. Se o país tem uma educação desigualmente distribuída,
frágil, com baixa escolaridade, com amplos problemas de retenção e evasão,
com um reduzido conjunto de jovens se qualificando em níveis superiores
(os poucos que receberão os melhores “prêmios de capacitação”), se ele tem
uma educação profissional deficitária, e se forma poucos pesquisadores e
poucos empreendedores (que são fundamentais para a inovação tecnológica),
o mesmo encontrará enormes dificuldades de acompanhar, de forma
equilibrada, os avanços que estão acontecendo na FTM, o que concorrerá até
para a erosão da capacidade de absorver conhecimento gerado em outros
países, e, no limite, tornará mais difícil a chegada ao clube dos ricos.
Afinal, qual, então, tem sido sua estratégia de capital humano e de
investimento tecnológico? Se sua empresa, organização, ou instituição
ainda não definiu uma estratégia clara nestes dois itens, sinta-se à
vontade para nos contactar!
CREATIVANTE –
www.creativante.com.br
Av. Barbosa Lima, Nº149, Sala 313-A, Bairro do Recife, Recife/PE, CEP
50.030-017
Telefone/Fax: 55-81-32242887
E-mail:
creativante@creativante.com.br
|