BRIC é um termo usado para referir a uma combinação de Brasil,
Rússia, Índia e China. O termo foi usado pela primeira vez num documento
redigido por profissionais do banco de investimento americano Goldman
Sachs. O principal argumento deste documento (intitulado “Dreaming with
BRICs: the Path to 2050“) (Sonhando com BRICs: o caminho para 2050),
de 2003, era que as economias dos BRICs estavam em franco processo de
desenvolvimento e, pelo ano 2050, eles iriam eclipsar a maioria dos atuais
países ricos do mundo.
Nesta semana que passou três dos BRICs (Brasil, China e Índia) foram alvo
de discussão no XIX Fórum Nacional (http://www.forumnacional.org.br/),
criado pelo ex-Ministro João Paulo dos Reis Veloso, e que já se tornou um
dos importantes fóruns para tratamento das principais questões que dizem
respeito ao desenvolvimento do Brasil. O título do encontro este ano foi
sugestivo: “Chegou a vez do Brasil? Oportunidade para a geração de
brasileiros que nunca viu o País crescer (PAC e "Projeto")”.
Um importante trabalho do Prof. Afonso Celso Pastore (com mais dois
co-autores), ex-presidente do Banco Central do Brasil, apresentado neste
fórum, intitulado, “A retomada do crescimento econômico: em que
velocidade?”, traz dados ilustrativos do que ocorreu recentemente com
a economia brasileira, como pode ser visto nos gráficos abaixo:
Tabela 1
Taxas de Crescimento do Brasil em Períodos Selecionados
Períodos |
Taxas
de Crescimento (% ao ano) |
PIB
Total |
|
1950 -
1980 |
7,1 |
1950 -
1980 |
1980 -
2003 |
2,2 |
1980 -
2003 |
2003 -
2006 |
3,1 |
2003 -
2006 |
Gráfico 1
Gráfico 2
O Brasil cresceu a uma taxa
média de crescimento do PIB de 7,1% ao ano entre 1950 e 1980, e esta taxa
declinou para 2,2% ao ano nos 24 anos entre 1980 e 2003, e vem evoluindo
lentamente entre os anos 2003 e 2006, a uma taxa de 3,1% ao ano. O
Professor Pastore aponta duas razões para a perda de dinamismo da economia
brasileira desde o início dos anos 80: parte se deveu à forte queda na
taxa de investimentos (Gráfico1), medida pelo quociente entre a formação
bruta de capital fixo e o PIB, e em parte à queda da produtividade total
dos fatores-PTF (Gráfico 2). O que ele não aponta é a razão na queda
destas duas importantes variáveis, que são fontes de crescimento
econômico.
Num outro contexto, vimos que foi publicado um recente trabalho sobre a
contabilidade do crescimento econômico da China e da Índia, intitulado “Accounting
for Growth: Comparing China and Índia” (Contabilizando o Crescimento:
comparando China e Índia), por dois economistas do National Bureau of
Economic Research- NBER dos EUA, Barry Bosworth e Susan Collins, de
fevereiro de 2007).
Segundo a tabela abaixo, produzida por estes autores, no período de 1978 a
2004 mais da metade do crescimento per capita ano da China (quase 4 pontos
7,3%) derivaram do crescimento da produtividade (3,2%) e dos ganhos
educacionais (0,8%). No mesmo período, dos 3,3% do crescimento per capita
da Índia, 1,6% derivaram da produtividade e 0,4% dos ganhos educacionais.
Tabela 2
Sources of
Growth: China, India and East Asia: 1978 - 2004
Annual percetange rate of change |
Period |
Output |
Employment |
Output per Worker |
Contribution of: |
Physical
Capital |
Land |
Education |
Factor Productivity |
Total Economy |
|
|
|
|
|
|
|
1978-04 |
China |
9.3 |
2.0 |
7.3 |
3.2 |
0.0 |
0.2 |
3.8 |
|
India |
5.4 |
2.0 |
3.3 |
1.3 |
0.0 |
0.4 |
1.6 |
1978-93 |
China |
8.9 |
2.5 |
6.4 |
2.5 |
-0.1 |
0.2 |
3.6 |
|
India |
4.5 |
2.1 |
2.4 |
1.0 |
-0.1 |
0.3 |
1.1 |
1993-04 |
China |
9.7 |
1.2 |
8.5 |
4.2 |
0.0 |
0.2 |
4.0 |
|
India |
6.5 |
1.9 |
4.6 |
1.8 |
0.0 |
0.4 |
2.3 |
East Asia Excluding China |
1960-80 |
|
7.0 |
3.0 |
4.0 |
2.2 |
|
0.5 |
1.2 |
1980-03 |
|
6.1 |
2.4 |
3.7 |
2.2 |
|
0.5 |
0.9 |
1980-93 |
|
7.3 |
2.7 |
4.6 |
2.6 |
|
0.6 |
1.4 |
1993-03 |
|
4.5 |
2.0 |
2.5 |
1.8 |
|
0.5 |
0.3 |
Source: Author's estimates as described in text; Bosworth and
Collins (2003). The employnment series is a census comparable
concept for both China and India |
Ou seja, enquanto o Brasil perdia pujança econômica a partir dos anos 80,
China e Índia (quase no mesmo período) passaram a crescer investindo
fortemente em educação (capital humano) e em produtividade. Como, então,
estarão estes três países lá por 2050? A continuarmos com a péssima
qualidade da educação e com lenta recuperação do crescimento da
produtividade no Brasil, dificilmente poderemos competir com tão
importantes rivais.
Se você ainda não definiu sua estratégia de capital humano e de
produtividade de sua empresa, organização ou instituição, sinta-se à
vontade para nos contatar!
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