Nos últimos dois anos um dos termos mais citados em revistas e encontros de profissionais de TICs tem sido “cloud computing” (computação na nuvem), ou simplesmente “a cloud”. Acompanhando estes termos, surge também um leque de buzzwords (palavras de efeito): grid (malha), utility (no sentido de utilidade pública, tais como os sistemas e serviços de energia, telefonia, água, etc.), SOA- Service Oriented Architecture (Arquitetura Orientada a Serviços), SaaS- Software as a Service (Software como um Serviço), PaaS- Platform as a Service (Plataforma como um Serviço).
Como apontou Faisal Hoque, em recente artigo publicado no blog http://www.cioupdate.com), “é fácil se perder nas maravilhas da tecnologia e nas soberbas promessas que a nova era profetiza, mas nós precisamos ficar ancorados: isto tudo é, em última instância, um matéria relacionada a negócios, e não a tecnologia”.
Deste modo, seu beneficio deve ser avaliado no contexto da empresa como um todo. Logo, novos modos de pensar estão sendo requeridos. E decisões de investimento, bem como medidas de sucesso, não serão mais sobre tecnologias individuais, projetos, ou mesmo o próprio departamento de TI, porque a cloud diz respeito a toda organização.
A cloud computing pode ser pensada como um processamento e armazenamento computacionais feitos em “outro lugar”; ou seja, significando, fisicamente removidos do usuário, e, tipicamente, off-site (fora das instalações). O usuário não necessita pensar sobre o hardware; ele é selecionado e disponibilizado pela empresa que o mantém na cloud. Em alguns casos um usuário não necessitará pensar sobre aplicações específicas, simplesmente ele especificará a funcionalidade que ele precisa. Em outros casos, uma empresa cliente irá empregar a funcionalidade sem o departamento de tecnologia agir como um intermediário; os direcionamentos estratégico e tático são agora desempenhados pelos departamentos tecnológicos que residem na cloud.
Faisal Hoque também nos sintetiza os aspectos de eficiência, agilidade, mudança no trabalho que a cloud proporciona. Enquanto os ganhos de eficiência e redução de custos são os legítimos motivos para perseguir a cloud computing (e serão os iniciais para a maioria das empresas), alguns vêem a cloud como potencializadores de inovação e agilidade. Se hardware e software são disponibilizados instantaneamente e são sempre atualizados, e se a confiabilidade e a privacidade são garantidas, então a empresa pode focar todas as suas energias em novos modelos de negócios, experimentando na jornada, e aprendendo com novos enfoques para encontrar e satisfazer clientes. E para utilizar recursos computacionais necessários para uma nova iniciativa será uma questão apensas de quando “apertar o botão”.
Além disto, o que não se pode evitar – e isto é muito mais difícil do que comprar “assentos” em servidores e software – é a mudança na natureza do próprio trabalho. Empresas líderes estão se movendo em direção à convergência de suas gestões de negócios e de tecnologia. Isto simplesmente significa que tomadores de decisão estão conversando entre si para avançar a estratégia corporativa. Para eles, a tecnologia não é mais uma atividade misteriosa escondida numa caixa preta. As ferramentas da computação na cloud serão representadas para o usuário final virtualmente, em formas não técnicas, de modo que ele (ela) possa usar sem treinamento específico em excesso. Ao mesmo tempo, o consumidor terá mais conhecimento sobre o potencial das ferramentas e estará mais engajado em manipulá-las.
Entretanto, decidir migrar para a cloud e usá-la inteligentemente demandará a criação do que Faisal Hoque denomina de Strategic Enterprise Architecture- SEA (Arquitetura Empresarial Estratégica- AEE). Uma AEE é uma estória do que a organização está tentando realizar e como. Inclui tanto o propósito de negócio quanto a tecnologia capacitadora, isto é, uma arquitetura de negócio e uma arquitetura de tecnologia mapeada para isto (para um esclarecimento das diferenças entre estas duas arquiteturas, ver o artigo “As TICs na Organização da Empresa do Século 21: da Orientação a Funções Humanas para a Orientação a Processos e Serviços Automatizados e Humanos”). No mais alto nível a AEE é expressa numa linguagem não técnica que qualquer um na organização pode entender. Uma AEE apresenta os processos de negócio, incorporando os parceiros externos e consumidores.
A maioria das organizações tem documentos descrevendo o que elas fazem, desde os seus notebooks até os planos de longo alcance acumulando poeira nas prateleiras, passando por várias frases de missões. Uma AEE dá sentido a todas estas ilhas de informação. Ela deve mostrar claramente onde as repousam contradições em propósitos e as redundâncias em execução.
Ao nível mais granular, a AEE se torna técnica: ela especifica as várias tecnologias de informação em uso. Nas organizações líderes estas são expressas como uma arquitetura orientada a serviços (SOA), isto é, um software mantido como módulos que podem ser combinados para criar aplicações quando necessárias. Uma SOA pode residir dentro de uma organização ou na cloud. Uma AEE deve também indicar se as estruturas organizacionais estão ajudando ou estão sendo um estorvo para a estratégia geral.
Em resumo, ao contrário do que alguns estão profetizando com o fim dos departamentos de TI tal como os conhecemos, ao que tudo indica, eles irão continuar a existir, mas com um papel novo e mais estratégico. E, de acordo com Faisal Hoque, o CIO se tornará um verdadeiro “Chief Information Officer” ao invés de um CTO- Chief Technology Officer, significando uma mudança em foco da tecnologia para o seu propósito fundamental.
Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber um pouco mais sobre migração para a Cloud, sinta-se a vontade para nos contatar!