O medo do desemprego voltou a povoar as mentes em várias nações do planeta. Antes se falava no fenômeno da globalização, mas agora o receio é o de que as máquinas irão tirar os empregos das pessoas, principalmente com os avanços da inteligência artificial e da robótica. Depoimentos como os do Prof. Steve Hawking (de que o desenvolvimento da inteligência artificial total poderia significar o fim da raça humana) e do empresário Elon Musk, da Tesla e do SpaceX (de que certas direções que a inteligência artificial pode tomar podem não ser boas para o futuro), contribuem para intensificar o temor.
No entanto, gostaríamos de colocar um argumento que caminha numa direção oposta. Gostaríamos de defender que, ao contrário do que se vem apregoando, a tecnologia não tira empregos, ela aumenta sim as capacidades dos seres humanos. E para apoiar esse argumento nos valemos, entre outros, do artigo recentemente publicado pelo empresário Tim O´Reilly, intitulado “Don´t Replace People. Augment Them” (Não Substitua Pessoas. Aumente-as).
Ao apontar para um recente artigo da empresa McKinsey, intitulado “Where Machines Could Replace Humans and Where They Can´t Yet” (Onde Máquinas Podem Substituir Humanos e Onde Elas Não Podem Ainda), O´Reilly argumenta que, apesar dos autores do artigo colocarem a discussão em perspectiva, eles não fazem a pergunta chave, que na sua opinião é a seguinte: “What will new technology let us do that was previously impossible?” (O quê a nova tecnologia irá nos permitir fazer que antes era impossível?).
O´Reilly se utiliza até de um evento ocorrido com ele próprio, quando dez anos atrás se submeteu a uma bem sucedida cirurgia oftalmológica a laser, depois de passar quarenta anos usando óculos, e de ser considerado legalmente cego sem usar os óculos. A cirurgia foi feita com a ajuda de um complexo equipamento de alta tecnologia e de uma equipe de técnicos especializados. O´Reilly afirma que uma cirurgia tão sofisticada como aquela nunca poderia ter sido feita por um ser humano “não aumentado” (expressão dele). O toque humano de sua fantástica cirurgiã oftalmológica foi emparelhado com a acurácia inumana de máquinas complexas, um híbrido do século 21 livrando O´Reilly da tirania de dispositivos assistivos (óculos) primeiramente inventados na Itália do século 13.
Neste sentido, aqui está o cerne da questão. O que O´Reilly coloca é a verdadeira oportunidade da tecnologia: ela estende a capacidade humana. Segundo ele, há muita preocupação sobre a possibilidade da tecnologia eliminar empregos humanos, e muito pouca imaginação sobre os novos empregos que podem somente ser feitos com a ajuda da tecnologia.
Para O´Reilly há uma profunda falta de imaginação e vontade na economia de hoje. Para cada Elon Musk que deseja reinventar a infraestrutura de energia do mundo, construir novas formas revolucionárias de transporte, ir à Marte, e forjar carros autônomos (sem motoristas), há muitas empresas que simplesmente cortam custos e tiram o dinheiro da economia.
Em resumo, O´Reilly defende que a forma como enfrentamos o futuro importa muito! Se nós criamos uma atitude de medo em relação à tecnologia, nós perdemos uma grande oportunidade de colocá-la para trabalhar resolvendo problemas que nos afligem hoje. É nossa responsabilidade, como empreendedores e tecnologistas, de repensar o que é possível!
Nós que fazemos a Creativante temos a mesma posição de Tim O´Reilly. E, ao contrário das visões alarmantes sobre os “perigos da tecnologia” para os empregos humanos, cremos que a tecnologia pode e deve ser usada para aumentar nossas capacidades humanas! Não adianta lutar “contra” a tecnologia; vamos fazer dela nossa aliada!
Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre as possibilidades da tecnologia em aumentar as capacidades humanas, não hesite em nos contatar!