O envelhecimento em humanos, como apontado na newsletter da semana passada, está relacionado a um processo multidimensional de mudanças físicas, psicológicas, e sociais. A população mundial está envelhecendo e ninguém sabe exatamente como a vida será amanhã nas sociedades mais idosas. O Brasil não foge a esta regra!
Na mesma newsletter foi apontado também que o Brasil está vivendo um “bônus demográfico” (em que sua população de crianças de até 15 anos já está abaixo de 30% da população total, e que o percentual de idosos ainda não está acima de 15% da população total), mas que em breve este bônus acabará. Logo, como as tecnologias de informação e comunicação- TICs podem contribuir para que a saída deste bônus não seja tão traumática?
Um recente relatório que foi solicitado pela Comissão Européia (em seu Directorate General for Information Society and Media) faz um excelente resumo do estado das artes das aplicações de TICs voltadas ao envelhecimento. Intitulado “ICT & Ageing: European Study on Users, Markets and Technologies, Final Report, January, 2010, e que pode ser baixado aqui, o relatório cobriu 16 países, 14 da União Européia além dos EUA e o Japão. O principal escopo do trabalho foram as aplicações das TICs que podem dar suporte a uma vida independente e cuidados do lar para pessoas idosas.
Todavia, como observado no documento, o potencial oferecido pelas tecnologias também se estende a outros domínios, incluindo questões mais gerais de inclusão social dos idosos nos aspectos da vida social e do suporte a um envelhecimento ativo no contexto do trabalho/emprego. Estas áreas de aplicação foram também endereçadas no estudo, porém com um grau limitado. A figura 1 à frente apresenta uma visão geral do amplo leque de tecnologias que podem ajudar os idosos em diferentes aspectos da vida. Como pode ser visto, as áreas salientes são as TICs Centrais (Mainstream ICTs), Tele-saúde na Residência (Home Telehealth), Residências Inteligentes/Tecnologia Assistiva (Smart Homes/Assistive Technology), Transporte Inteligente (Intelligent Transport), Tele-cuidado (Telecare), e o Trabalho (Work).
No entanto, como mencionado antes, o foco tecnológico do relatório foi principalmente em aplicações que têm relevância particular para serviços que podem dar suporte para uma vida independente e cuidados no lar para os idosos. Apesar das necessidades dos idosos neste domínio serem muito heterogêneas, elas podem ser agrupadas de modo que se possa mapear de alguma forma os três principais segmentos de mercado que estruturam tipicamente a paisagem de oferta de serviços na Europa – cuidados sociais, cuidados da saúde e habitação. Um novo, e transversal, elemento que, em princípio, capacita desenvolvimentos tecnológicos, diz respeito à oferta de serviços e suporte em bases móveis.
A figura 2 à frente apresenta uma visão esquemática deste espaço, identificando as principais áreas de necessidades que estão sendo endereçadas, bem como os tipos de objetivos que se espera que as TICs possam dar suporte. Há um amplo leque de produtos e serviços baseados em TICs existentes e emergentes que têm relevância para suprir as várias necessidades e objetivos.
Para os propósitos do relatório aqui tratado, foi necessário agrupar estes grupos em clusters de maior significado que apresentassem um nível de granulidade que pudesse ser aplicado a todos os países estudados. Assim, o espaço tecnológico foi organizado em termos de três clusters principais - telecare (tele-cuidado), home telehealth (tele-saúde na residência) e smart homes (residências inteligentes). Como ilustrado na figura 3 à frente, estes clusters mapeiam respectivamente os três domínios de serviços centrais – cuidado social, cuidado da saúde, e habitação.
Alguns dos amplos leques de tecnologias que se adéquam a estes vários domínios podem ser ilustrados na figura 4 à frente. Isto inclui as aplicações baseadas em serviços (exemplo, sistemas de cuidados ativo e passivo, tele-saúde residencial), itens isolados (exemplo, dispensadores de medicamentos, ajuda cognitiva, localizadores de objetos, etc.), e produtos ao consumidor com funcionalidades relevantes (como o WII). Alguns têm um sentimento mais tradicional, enquanto outros (tais como substitutos de animais de estimação) podem parecer, pelo menos no momento, carregados de controvérsia.
No geral, neste primeiro nível de visualização das aplicações das TICs, este relatório oferece um bom panorama do que pode estar à disposição (em termos de TICs) para o enfrentamento de um envelhecimento com mais independência. Maiores detalhes podem ser observados no próprio relatório.
Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre como as TICs podem ajudar num envelhecimento mais independente, fique a vontade para nos contatar!