O que são os mercados financeiros? Os mercados financeiros são estruturas de transações de compra e venda de valores mobiliários, como ações e obrigações, moedas nacionais, mercadorias, a exemplo das commodities, e outros bens e títulos.
Eles são formados por várias subdivisões que estão interrelacionadas e interagem na prática. As principais subdivisões são, resumidamente: a) Mercado Monetário (modalidade que envolve as operações de curtíssimo e curto prazos); b) Mercado de Crédito (onde o foco são as operações de financiamento de curto e médio prazos); c) Mercado de Câmbio (onde o foco são as operações de conversão de moedas entre um ou mais países e modalidades de transferências de recursos; d) Mercado de Capitais (ambiente que interliga os investidores e os tomadores através da emissão de títulos privados de dívida, títulos de propriedade, como ações); e) Mercado de Derivativos (composto por duas ou mais partes que assinam um contrato com um índice-objeto de referência, e que estão separados entre swaps, termos, futuros e opções, com negociação em bolsa de mercadorias e futuros).
A pergunta que não quer calar é a seguinte: se na economia real é onde se determina o quanto de bens e serviços que são produzidos e comprados, quantas pessoas estão no trabalho, e quanto de investimento é realizado, por qual(is) razão(ões) os mercados financeiros deveriam ser considerados importantes?
A resposta padrão que os livros-texto apontam é que os mercados financeiros têm uma perspectiva de “forward-looking” (olhar para frente), enquanto os indicadores da economia real são históricos. Picos e vales na bolsa de valores nos dizem sobre as futuras perspectivas da economia real. Mas mesmo sob este argumento, mercados financeiros são meramente um espelho – eles refletem passivamente a economia, mas não a afetam diretamente. Será?
É óbvio que a produção real requer financiamento. Desta forma, é claro que os mercados financeiros primários criam valor, ao ofertarem capital novo para os negócios. Mas a vasta maioria desta atividade ocorre nos chamados “mercados financeiros secundários”, onde nenhum fundo novo é levantado. Fundos de hedge, fundos mútuos, e outros investidores tipicamente comercializam “second-hand stocks and bonds” (ações e títulos de segunda mão), e o fazem dentre eles próprios.
Mas se as companhias reais não estão envolvidas, elas não podem se beneficiar dessa atividade? Na realidade podem. De fato, os mercados financeiros secundários podem melhorar a eficiência real da economia através de dois canais. O primeiro são os incentivos. Gestores de ações, de opções, e a reputação de todos, dependem dos preços das ações. Então, seus incentivos para tomarem ações reais dependem da extensão pela qual aquelas ações irão ser refletidas nos preços das ações.
O segundo canal é o aprendizado. Muitos dos guias chave do valor de longo prazo de uma empresa, tais como posicionamento estratégico, são difíceis de medir objetivamente. Tal como um sistema eleitoral eficiente, o preço de uma ação agrega a informação de milhões de investidores, cada um com seu ponto de vista diferente, e os sumariza em um único número, o qual pode ser usado por qualquer um gratuitamente.
Mais importante ainda, o preço pode ser usado pela gestão da companhia. Muitas decisões chave são reforçadas pelos gestores suplementando suas próprias informações privadas com as perspectivas externas. Enquanto os consultores custam milhões, o preço da ação é um sinal livremente disponível da qualidade das decisões da empresa.
Neste sentido, e como o editor desta newsletter vem defendendo há algum tempo, o novo contexto da economia nacional (de baixas taxas de juros, de baixas taxas de inflação, e estrangulamento das finanças públicas, condição esta que remete à incapacidade do Estado promover desenvolvimento isoladamente), as pessoas e empresas terão que aprender mais sobre a estrutura e a dinâmica dos mercados financeiros para poderem financiar seus investimentos futuros.
Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre mercados financeiros, não hesite em nos contatar!