Não temos mais dúvidas: o fenômeno silencioso do crescimento do ecossistema dos dados e da infraestrutura dos ativos digitais está evoluindo de uma maneira assustadora! Como bem apontado na introdução ao relatório com o título desta newsletter, produzido este ano pela The Block Research, os ativos digitais rapidamente saíram de “um nascente ecossistema com alguns poucos participantes para um espaço profissional com investidores, startups apoiadas por venture capital, e negócios bilionários. Com centenas de bilhões de dólares em valor fluindo através da indústria a cada ano, a necessidade de informação acurada e confiável cresceu significativamente”. Um ano e US$ 2 trilhões em capitalização do mercado cripto total depois, a demanda por dados da indústria confiáveis e acionáveis aumenta com cada alta recorde alcançada.
Dado que a maioria das blockchains é open source, o grosso dos dados de distributed ledger technology (DLT) é teoricamente acessível para todos os usuários da Internet no mundo. Na prática, no entanto, dados de blockchain são qualquer coisa menos cordiais: de forma simples, “é uma grande confusão”. Para começar, acessar dados brutos de blockchain requer estabelecer um nó, que sirva como ponto final de comunicação para interagir com a rede de blockchain. O número de dispositivos e tipos de nós – nó completo, nó leve, nó arquivo, nó especial etc. – necessários pode variar, dependendo de requisitos de rede específicos e de cada meta de interessado. Uma vez conectado a uma blockchain, dados de nós são então extraídos e armazenados dentro de um banco de dados externo. Pode-se derivar um paralelo com o processo de remover combustíveis fósseis da terra. No limite, como diz o clichê, “data is the new oil”.
Similarmente ao petróleo bruto, dados brutos de blockchain não têm valor por si próprios, já que distributed ledgers emitem transações e eventos. Essas ocorrências acontecem milhões de vezes por dia, onde dados são o sub-produto de comunicação entre protocolos, carteiras, contratos inteligentes e usuários finais online. Cada blockchain grava eventos diferentemente, tempos de bloqueio frequentemente variam entre protocolos, e há um hiato inerente na padronização ao longo da indústria. Tal como petróleo, dados de ativos digitais devem ser refinados antes que possam ser usados como recurso estratégico.
É aí que entram especialistas como os de The Block para lidar com a complexidade desse novo ecossistema. Há duas entidades primárias na raiz da indústria dos ativos digitais: as cryptocurrency (crypto) exchanges (casas de câmbio de criptomoedas ou ativos) e os crypto miners (mineradores). Em troca por contribuírem com seus poderes computacionais e energia para verificarem transações e assegurarem as redes de blockchain, tais como Bitcoin e Ethereum, mineradores são premiados com ativos digitais tais como Bitcoin e Ether. Os ativos digitais tomam seu curso no ecossistema online quando os mineradores escolhem monetizá-los, um processo que tem primariamente sido feito através de trocas centralizadas ou nas mesas over-the-counter (OTC) (ou seja, no balcão). Este é o curso econômico prevalente na indústria de ativos digitais.
De forma semelhante ao fluxo entre o banco central e as instituições financeiras no Tier 1 (camada 1) do sistema monetário, mineradores de cripto e exchanges geram o coração da indústria de ativos digitais. Todos os frutos econômicos dentro do ecossistema de ativos digitais se originam nas videiras que estão enraizadas nas trocas de cripto e nos mineradores.
Ao longo do tempo, à medida que o ecossistema de ativos digitais se desenvolve, a especialização emerge. Empresas tanto no mercado quanto no lado “on-chain data” (*) movem progressivamente para cima os dados de ativos digitais e no “stack” (pilha) de infraestrutura, a qual pode ser ilustrada como uma pirâmide como a apresentada na Figura 1 à frente.
A “Digital Assets Data & Infrastructure Hierarchy of Needs” (Hierarquia de Necessidades de Dados & Infraestrutura dos Ativos Digitais) apontada na figura, mostra a evolução e fluxo dos dados dos ativos digitais ao longo do tempo. De forma similar à hierarquia de necessidades de Maslow, o alicerce da pirâmide, fontes de dados brutos, estão na raiz do ecossistema inteiro de ativos digitais. Sem as trocas, mineradores, redes de blockchain, etc., não haveria fontes para dados, os quais são o combustível para os negócios nas outras camadas da pirâmide. Capital, infraestrutura, trabalho, e outros recursos têm fluído para cima da pirâmide ao longo do tempo.
Mas qual é o estado atual desse novo, dinâmico, e crescentemente rico ecossistema, que é ainda pouco conhecido pela maioria das pessoas? Este é o tema da próxima newsletter!
Se sua empresa, organização ou instituição deseja saber mais sobre o ecossistema + a plataforma + a arquitetura (nossa denominada “Trindade Essencial”) dos ativos digitais, não hesite em nos contatar!
(*) A existência da blockchain permite um novo ramo da previsão de preços, a análise on-chain, que permite a qualquer um verificar as métricas públicas e transparentes do Bitcoin e, desta forma, enxergar as tendências do mercado.