Não é a primeira vez que esta newsletter trata sobre a economia da China. Na newsletter de 06-09-2015, comentávamos sobre a relação de codependência das economias dos Estados Unidos e da China. Em 21-05-2017 discutimos sobre o “China Manufacturing 2025: Putting Industrial Policy Ahead of Market Forces”, documento que surgiu depois do plano “China 2025”, plano este destinado a avançar, de forma compreensiva, a indústria chinesa.
Em 02-05-2021 apontamos para a “Estratégia Circulação Dual” da China. Esta estratégia representava uma guinada no modelo de desenvolvimento econômico chinês que teve início no final dos anos 1970, e que tinha como orientação o comércio internacional. A estratégia então adotada, de “desenvolvimento baseado em exportação”, passou a ser chamada de “grande circulação internacional”.
Apesar desta estratégia ter tido grande sucesso, o que levou à sua condição de segunda maior potência econômica do planeta, ela também criou enormes problemas. Logo, o governo decidiu (a partir de 2006) que o crescimento da China deveria ser baseado na demanda doméstica, especialmente demanda de consumo. Tal mudança não representou um negligenciamento da perspectiva externa. Ao contrário, este novo olhar traduz a essência da nova “estratégia de circulação dual”.
Afinal: o que, de fato, tem acontecido com a economia da China? São vários os trabalhos que têm surgido na literatura acadêmica e profissional tentando dar conta da saúde econômica da China. O episódio da realização do XX Congresso do Partido Comunista Chinês, entre 16 e 21 de outubro do corrente ano, onde foram decididas importantes questões relativas à economia e sociedade chinesas, é um oportuno momento para tentar refletir à indagação acima colocada.
Sem a pretensão de estabelecer uma opinião mais fundamentada, o que levaria mais tempo, gostaríamos de trazer ao leitor um registro/documentário que aponta para alguns temas centrais do desempenho da economia chinesa, e que iluminam, de maneira cristalina (pelo fato de ser um conteúdo na forma de vídeo), os desafios que a economia chinesa está enfrentando (e que seriam difíceis de serem capturados por uma mídia impressa).
Trata-se do documentário intitulado “China´s Economy is in Bad Shape”. Este documentário foi preparado pelo australiano Dagogo Altraide, através da ColdFusion. A ColdFusion é uma empresa de mídia independente criada e gerida pelo Dagogo Altraide desde 2009, e produz documentários (particularmente em seu canal no YouTube) sobre qualquer coisa em ciência, tecnologia, história e negócios de uma maneira calma e relaxada (1).
Este documentário sobre a China, de cerca de 26 minutos, colocado no ar em 15-10-2022, já contava com aproximadamente 1,5 milhão de visualizações (na data de produção desta newsletter). Logo após sua introdução, o documentário trata do primeiro grande problema chinês: o mercado imobiliário!
A demanda habitacional, impulsionada por uma das maiores urbanizações que se tem notícia na história, levou à expansão do mercado de crédito imobiliário. Tal expansão proporcionou um impulso à tomada de empréstimos (por parte de empresas imobiliárias) para atender à crescente demanda. No limite, este crescimento culminou em graves distorções na alocação de recursos, como o aumento de dívidas (e dívidas internacionais) e a concentração da riqueza dos chineses no mercado imobiliário.
Ficamos por aqui na apresentação deste interessante documentário para que o leitor possa testemunhar, de forma sintética, outros detalhes da economia chinesa que seriam difíceis de serem encontrados de maneira alternativa. Acrescentamos que não é nosso interesse apenas apontar os problemas da economia chinesa, mas sim chamar a atenção para os grandes desafios que este parceiro comercial do Brasil está enfrentando!
Se sua empresa, organização ou instituição, deseja saber mais sobre a economia chinesa, não hesite em nos contatar.
(1) Este editor tem usado alguns dos documentários da ColdFusion em várias de suas aulas.